David Pato Ferreira, candidato à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, pela coligação Nova Geração que integra o PSD e a Iniciativa Liberal, apresentou as suas propostas, esta tarde em Alverca. Para o candidato antes de qualquer grande investimento ou projeto de visibilidade, como têm sido os recentes festivais que surgiram em Vila Franca, é preciso assegurar os “básicos” que, segundo o próprio, continuam por garantir.
A candidatura apresentada publicamente este sábado no Jardim Álvaro Vidal em Alverca, assenta, segundo o próprio, em cinco áreas fundamentais a concretizar nos primeiros 100 dias de mandato: higiene urbana, mobilidade, segurança, saúde e desburocratização dos serviços municipais. Na área da limpeza urbana, David Pato Ferreira propõe duplicar o investimento logo no início do mandato, garantindo uma recolha mais eficaz e regular de resíduos. “Enquanto as ruas estiverem sujas e os contentores a abarrotar, não se justifica gastar milhões em festivais e propaganda”, sublinha, frisando que a qualidade de vida dos munícipes deve estar acima de qualquer espetáculo.
Na mobilidade, defende a criação de um autocarro circular municipal, financiado em parceria com empresas locais, que ligue os bairros e localidades periféricas aos principais eixos ferroviários e rodoviários do concelho. Para complementar esta medida, está também prevista a criação de bolsas de estacionamento nas três maiores cidades do município — Alverca, Vila Franca e Póvoa de Santa Iria — com regulação que beneficie moradores, comerciantes e visitantes. “Não pode continuar a ser normal que um jovem que vive no extremo sul do concelho gaste centenas de euros em Ubers só para conseguir chegar ao trabalho. Isto é injustiça social e abandono do território”, aponta.

Na área da segurança, o candidato defende a criação da Polícia Municipal e a instalação de videovigilância nas zonas mais críticas do concelho. Segundo David Pato Ferreira, “não estamos a falar de alarmismo, mas sim de segurança real para as nossas famílias, os nossos idosos e os nossos comerciantes.”
Na saúde, uma das áreas mais sensíveis para a população, a proposta passa pela revisão do modelo de gestão do Hospital de Vila Franca de Xira, com abertura à possibilidade de regresso à parceria público-privada, caso tal represente um aumento da eficiência e da resposta à população. “As pessoas não querem saber se o médico está no público ou no privado. Querem é ter um médico. E neste momento, não têm”, afirma.

PS acusado de estagnar o concelho
Apresentadas as suas prioridades, David Pato Ferreira virou depois o foco para o atual executivo socialista, liderado por Fernando Paulo Ferreira. Acusou o PS de ter conduzido Vila Franca a uma estagnação de décadas: “Estamos parados há 28 anos. Em várias áreas, até recuámos. E nos últimos quatro anos, esta realidade ficou ainda mais evidente”, critica.

Na questão ambiental, recorda o Plano de Arborização do concelho o que resto considera ser propaganda sem concretização: “Foi apresentado com pompa e circunstância, mas até hoje não foi plantada uma única árvore.” A recolha seletiva de lixo continua entre as piores da Área Metropolitana de Lisboa, e há locais onde, denuncia, “os contentores cheiram mal e proliferam ratos e baratas.”
Também na mobilidade, David Pato Ferreira critica a passividade do executivo perante decisões externas: “A quadruplicação dos comboios foi apresentada como conquista, mas a verdade é que a Câmara aceitou as decisões sem garantir contrapartidas para quem vive perto da linha.”
No turismo e na cultura, considera que o concelho continua aquém do seu potencial. “Somos o pior concelho da AML em unidades hoteleiras e estamos entre os poucos municípios sem sala de cinema. Não há uma sala de espetáculos municipal. É sintomático de uma estratégia errada e de uma ausência de visão para o futuro”, reforça.

Aponta ainda para a estagnação económica do concelho, com receitas per capita abaixo da média da região de Lisboa, e um poder de compra que não acompanha o custo de vida. “A nossa juventude está desmotivada, os nossos idosos esquecidos, e a cidade continua à margem das dinâmicas metropolitanas”, denuncia.
Sobre a governação socialista, é taxativo: “O imobilismo do PS é crónico. Governam para manter tudo como está, para se perpetuarem no poder, mesmo que isso custe o futuro da nossa terra.” Relembra ainda suspeitas de má gestão urbanística e alegadas ligações pouco transparentes com interesses exteriores ao concelho. “As grandes obras aparecem à porta das eleições e não para resolver os problemas reais das pessoas. É só propaganda.”
O candidato acredita que é possível inverter o rumo do concelho em 10 anos, com um projeto estratégico que divide Vila Franca em três eixos territoriais — sul (Vialonga, Forte da Casa, Póvoa), centro (Alverca, Sobralinho) e norte (Vila Franca, Alhandra, São João dos Montes, Calhandriz, Cachoeiras) —, garantindo políticas adaptadas às especificidades de cada território.

Nesta cerimónia de apresentação, David Pato Ferreira recebeu o apoio de Carlos Coelho, antigo eurodeputado; Nuno Piteira Lopes, candidato à Câmara de Cascais e Rodrigo Saraiva, parceiro de coligação, a Iniciativa Liberal, e presidente da comissão de honra da candidatura, entre outras figuras.
O momento serviu também para dar a conhecer os candidatos às juntas de freguesia, e o candidato à Assembleia Muniocipal, Bruno Ventura que liderou a JSD no concelho no inicio dos anos 2000 e que agora é deputado na Assembleia da República.