Cristina Inácio, presidente demissionária do PSD de Alenquer, vai voltar a candidatar-se à liderança da concelhia. O ato está marcado para os primeiros dias de dezembro. A responsável sublinha que as várias vicissitudes que fizeram cair a estrutura local do PSD estão ultrapassadas, e agora diz-se disponível para um novo ciclo que pode culminar inclusive com uma candidatura sua como cabeça de lista à Câmara nas autárquicas do ano que vem. Contudo diz acreditar que existirão outras soluções dentro do PSD: “Quero acreditar que vamos ter candidato de Alenquer sem ser a Cristina Inácio”.
Em entrevista exclusiva ao Valor Local, Cristina Inácio lamenta todo o sucedido com Pedro Afonso, que chegou a anunciar uma candidatura à Câmara pelo PSD, mas desistiu por falta de apoio da concelhia.
A presidente demissionária salienta que o passado foi “muito duro” o que levou a uma “debandada” de militantes e daí à queda da concelhia. Sobre isso, Cristina Inácio vinca que as pessoas que saíram “não pensaram no PSD, em primeiro lugar”. “Caso contrário não teriam saído ou nem se tinham comportado como o fizeram nos últimos tempos”.
Cristina Inácio sublinha que ultimamente “passou-se muita coisa, muita coisa que não é para ser dita”. “Todos cometemos os nossos erros, mas acho que as pessoas que saíram não pensaram no PSD”.
Daí que a responsável sublinha contar apenas com os militantes que ficaram consigo na estrutura local. “Estarão presentes na minha recandidatura e na minha lista”. “Acho que tenho todas as condições, aliás, até melhores, para trabalhar agora do que tinha possivelmente há um ano”. “O nosso projeto não é para uma pessoa, mas para o concelho de Alenquer”, referindo-se a Pedro Afonso.
Para Cristina Inácio, “o Pedro nem sempre quis ser candidato. Recuou várias vezes. Em todo o trabalho que fazia, em determinadas alturas, notava-se que realmente estava motivado, mas havia outras em que não estava. O que nós pretendemos é mesmo uma pessoa que queira ser Presidente de Câmara”.
Mas em Alenquer, a vida do PSD tem sido tudo menos pacífica e isso tem-se notado nos resultados. Em 2021, a Distrital do PSD enviou Nuno Miguel Henriques para candidato, Cristina Inácio recorda que à época não havia concelhia, e que o atual vereador foi uma solução encontrada para que o PSD não ficasse sem uma candidatura à Câmara.
Cristina Inácio sublinha que nunca se escondeu que a concelhia de Alenquer sempre deu privilégio a um candidato local para a câmara. Sabe-se que a relação do vereador com a concelhia nunca foi pacífica, e Cristina Inácio chega mesmo a confidenciar que nunca se conseguiu reunir com o vereador.
Ainda sobre Nuno Miguel Henriques, sublinha que o atual vereador do PSD não conhece bem o concelho, algo que considera vital para uma candidatura à autarquia. Cristina Inácio sustenta que pessoalmente nada tem contra o atual vereador, mas reforça mais uma vez que “sempre ambicionámos ter realmente uma figura de Alenquer”.
A presidente demissionária sustenta que atualmente existe “um grande trabalho pela frente do PSD que não de Alenquer, mas também de outras concelhias aqui da nossa região, que têm naturalmente a espinhosa tarefa de destronar o Partido Socialista”. Recorda que em Alenquer essa missão torna-se mais desafiante porque “o Partido Socialista esteve desde sempre à frente dos destinos da Câmara Municipal”. No partido, Cristina Inácio não sabe se existe outra lista para além da sua. O PSD de Alenquer vai a votos, e Cristina Inácio acredita que a sua lista será vitoriosa.
A presidente sublinha que o PSD tem de chagar às populações e fazer trabalho de rua “algo que nos últimos tempos não conseguimos fazer por diversas razões”.
