A ineficiência na recolha de resíduos urbanos no concelho voltou a ser tema de debate numa das últimas reuniões da Câmara Municipal de Benavente. A vereadora do PSD, Sónia Ferreira, apontou o dedo ao executivo liderado por Carlos Coutinho (CDU), ao acusar a autarquia de continuar sem soluções para um problema que, nas suas palavras, “parece não ter fim”. O trabalho desenvolvido pela empresa intermunicipal fica a desejar numa opinião que acaba por ser unânime entre oposição e executivo CDU.
“Basta circular pelas ruas das freguesias para perceber que os contentores continuam cheios, os ecopontos estão danificados, e os monos e verdes acumulam-se durante semanas”, referiu Sónia Ferreira, sublinhando que a população continua a manifestar desagrado com a situação. A autarca acrescentou ainda que os resíduos nos ecopontos, particularmente os de vidro, representam um perigo público. “Há contentores sem fundo. O vidro fica espalhado à volta, e ninguém parece responsabilizar-se por isso”.
A vereadora aproveitou ainda para relacionar o problema da limpeza com o estado das zonas históricas de Samora Correia e Benavente. “Estão sujas, sem sombra e sem manutenção. Foi prometida uma limpeza profunda após as obras de requalificação, mas nada foi feito”, lamentou.
Carlos Coutinho concorda que a prestação da empresa está muito aquém das necessidades
Em resposta, o presidente da Câmara, Carlos Coutinho, reconheceu que há aspetos a melhorar, mas defendeu que a responsabilidade da recolha seletiva – nomeadamente dos ecopontos – é da Ecolezíria, empresa intermunicipal contratada para o efeito. “Houve um investimento significativo há cerca de um ano e meio, com a duplicação de ecopontos no concelho, mas é evidente que é necessário um melhor desempenho da empresa”, admitiu.
O autarca esclareceu que a Câmara tem vindo a pressionar a Ecolezíria para que a recolha seja feita em tempo útil e que, embora tenha havido uma fase inicial de adaptação ao novo modelo, “hoje já se exige mais eficiência”.
Relativamente às críticas sobre a limpeza urbana e o estado das zonas reabilitadas, Coutinho garantiu que a lavagem das ruas e fachadas foi feita, e que a limpeza diária é uma competência partilhada com as juntas de freguesia. “Foi articulado com a Junta de Freguesia e posso assegurar que houve ações concretas, inclusive em locais como o edifício da Filarmónica, onde estivemos um dia inteiro a lavar com os nossos equipamentos”, afirmou.