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Empresa de Cannabis em Benavente nunca teve investimento de multinacional

A empresa de cannabis VF1883 Pharmaceuticals cuja falência foi decretada, recentemente, e que estava em insolvência desde o início do ano, conforme adiantou o Valor Local, nunca teve investidores canadianos como chegou a ser dito. A empresa que no espaço de dois anos arranjou cerca de 80 credores para um total de dívidas de 7 milhões e 800 mil euros vai agora a hasta pública para venda de alguns artigos agrícolas no valor de 102 mil euros. Segundo um dos quadros da empresa que veio de Amarante, localidade onde a VF 1883 Pharmaceuticals esteve numa fase inicial, para Benavente, ouvido Valor Local, e que prefere não dar o nome,  o investimento nunca teve por base uma empresa multinacional canadiana, como de resto chegou a ser dito pelos investidores no início do processo à Câmara de Benavente, quando previam criar mais de 600 postos de trabalho. Esta era uma das garantias de possível sucesso de todo o investimento, dado que é no Canadá que se localiza o centro de operações de muitas empresas de cultivo de cannabis no mundo.

Marco, vamos chamá-lo assim, dá conta que deixou a VF 1883 Pharmaceuticals há dois anos, “por perceber que a empresa estava com problemas e após confrontar o CEO”. O seu nome consta na lista de credores, aliás a mesma é principalmente constituída por antigos funcionários, mas diz que não lhe ficaram a dever nada. “Nessa altura quando tentaram despedir-me por justa causa, eu coloquei-os em tribunal e ganhei”. Marco assegura não fazer parte do grupo de lesados porque saiu numa altura em que a empresa ainda não tinha criado tantos credores- “Poderia ter sido uma empresa de sucesso se tivessem seguido alguns dos meus conselhos assim como de alguns membros da equipa”, assegura.

Especifica que de início havia o interesse de uma multinacional no projeto, mas que nunca se efetivou. Os responsáveis da empresa estariam a contar com esse investimento que acabou por abortar. A principal razão do insucesso deve-se na sua opinião à má gestão do CEO.

O Valor Local contactou um dos co-fundadores da empresa que esteve à frente da VF 1883 Pharmaceuticals de 2021 a 2022, Justin Peter Mulder, para responder às acusações, mas o mesmo não nos deu resposta. O Valor Local contactou ainda a antiga responsável dos Recursos Humanos que preferiu não prestar declarações.

Na lista de credores, está a empresa que pediu a insolvência da empresa de cannabis, a Fluxoterm – Climatização, que reclama 140 mil euros. Tentámos o contacto com esta empresa, mas até fecho de edição não conseguimos chegar à fala com os seus responsáveis. Outro dos credores é o proprietário da Herdade do Seixo, onde a empresa tinha os seus escritórios e fazia a produção. José António Inácio, que alugou os terrenos à VF1883 Pharmaceuticals, refere ao Valor Local que a empresa ficou a dever rendas, tendo esperança de as reaver, na medida do possível, em tribunal. O proprietário diz que foi um negócio que correu mal.

A empresa deixou um rasto de dividas nas quais se incluem instituições bancárias, empresas do setor agrícola e farmacêutico, Segurança Social, Finanças, proprietário da herdade, e trabalhadores.

Empresas de Cannabis têm ficado pelo caminho em Portugal

O projeto da VF1883 Pharmaceuticals teve o melhor acolhimento possível por parte da Câmara de Benavente em inícios de 2019. Previa-se que pudesse gerar mais de 600 postos de trabalho. O negócio visava a plantação de 261 hectares na Herdade de Porto Seixo numa parcela de terreno compreendida entre a concessão da A10 e a Estrada dos Alemães. O mesmo projeto previa uma exploração composta por 10 pavilhões com o total de 67 mil 521,75m2 de área de implantação/construção; instalação social com 3500m2 de área de implantação/construção; instalação técnica com um total de 1279,50m2 de área de implantação/construção, e a construção de seis estufas com uma área de implantação de 139 mil 279,00m2. O projeto previa-se que fosse executado em seis fases.

Depois de ter obtido licença do Infarmed em 2020 para avançar, ainda chegou a ser cultivado o produto em causa, mas os postos de trabalho revelaram-se aquém das expetativas. A empresa que afinal nunca esteve ligada a uma multinacional do Canadá, obteve autorização em simultâneo com outras que também se instalaram há poucos anos no país: a “Terra Verde”, em Alcochete, a “RPK Biopharma”, em Sintra e em Aljustrel, a “Sabores Púrpura”, em Tavira.

Segundo uma fonte ligada ao processo de insolvência, ao Valor Local, dificilmente a empresa terá condições para fazer face ao pagamento a todos os credores envolvidos a julgar pelo património da VF1883 Pharmaceuticals.

Segundo o que o Valor Local apurou apesar de ter dado início à produção, a empresa não conseguiu comercializar o produto, tendo em conta as regras apertadas do Infarmed para este efeito. Também sedeada no concelho está a empresa do mesmo setor, Galáxia Vertical, sendo que pouco se sabe sobre o seu trabalho neste domínio.

 

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