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Ernesto Ferreira: “A CDU mantém os princípios, mas não ignora a realidade no terreno”

O candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Alenquer, Ernesto Ferreira, em entrevista à Rádio Valor Local, mostra-se firme na recandidatura, sublinhando que “a estrutura local e distrital do partido entendeu que havia condições”. Ernesto Ferreira recandidata-se pela terceira vez e diz não acusar o desgaste.

Face ao crescimento da direita em várias freguesias do concelho, nomeadamente no Carregado, Ferreira alerta: “Não acredito que o Chega traga soluções. É fruto do descontentamento, mas não é resposta.” Para o candidato comunista, a ascensão do populismo resulta da frustração acumulada com promessas falhadas e políticas que não deram resposta às dificuldades reais das pessoas.

Reconhece que a CDU “perdeu eleitorado”, sobretudo entre os mais jovens, mas recusa a ideia de irrelevância: “Defendemos causas justas, mesmo quando os resultados eleitorais não acompanham.” Um dos exemplos citados é a oposição histórica à privatização da água — tema que, afirma, hoje reúne consenso transversal no concelho.

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(Ouça a entrevista na íntegra com o candidato da CDU, Ernesto Ferreira)

Na área da saúde, Ernesto Ferreira critica a resposta do Estado e é céptico face às soluções de “privatização encapotada”, como as Unidades de Saúde Familiar (USF) de tipo C ou os protocolos com instituições privadas: “A nossa posição é clara: o Serviço Nacional de Saúde deve ser público, universal e gratuito.” No entanto, admite analisar soluções alternativas, caso se prove que são a única via possível para garantir cuidados às populações: “Não diremos que não, mas manteremos o princípio.”

Sobre a transferência de competências para os municípios, o candidato é perentório: “Foi um acordo entre PS e PSD que desresponsabiliza o Estado central e sobrecarrega as autarquias com encargos sem o devido financiamento.” Refere que o município de Alenquer se encontra já em défice nas áreas da saúde e educação, com verbas que “não chegam para cobrir os custos, nomeadamente dos assistentes operacionais”.

No campo da educação, critica a falta de planeamento estratégico e aponta a “incapacidade de dar resposta ao crescimento demográfico do Carregado e de Alenquer”, defendendo a construção urgente de novas infraestruturas escolares, incluindo uma nova escola secundária. “Contentores não são solução”, afirma.

Ernesto Ferreira parte para esta campanha “sem ilusões, mas com firmeza”. “A CDU pode não ter as vitórias mais fáceis, mas mantém-se coerente com os seus princípios. E isso, para muitos eleitores, continua a fazer a diferença.”

Critica gestão das Águas de Alenquer e defende criação de empresa municipal

Ernesto Ferreira assume frontalmente a crítica à atual gestão do contrato com a empresa Águas de Alenquer. O dossiê, que já soma vários anos de polémica, voltou à ribalta com a recente revisão do tarifário e o impasse em torno de um estudo prometido para reequilibrar financeiramente o contrato.

“Estamos em setembro e ainda não há estudo, nem plano de investimentos para a redução do tarifário, como foi prometido”, denuncia o autarca, acrescentando que “em vez de se resolver o problema, criou-se um ainda maior com o último memorando de entendimento com a empresa”.

Pagamento dos 500 mil euros à Águas de Alenquer é contestado pela CDU

O candidato recorda que o pagamento de 500 mil euros pelas infraestruturas de saneamento devia ser da responsabilidade da Tejo Atlântico — empresa que sucedeu à Águas do Oeste — e não da Câmara de Alenquer. “O município não devia pagar esse valor. Mas como também são acionistas da Tejo Atlântico, isto torna-se numa pescadinha de rabo na boca”, critica.

Para o candidato da CDU, o caminho deve passar por começar já a preparar uma transição do modelo de concessão para uma solução municipal: “Não podemos esperar por 2033 para resolver isto. Defendemos que se crie uma equipa técnica dentro da Câmara para estudar a criação de uma empresa municipal, como acontece em Vila Franca com o SMAS ou em Torres Vedras.”

Ferreira lembra ainda que o contrato atual, apesar de ter mais oito anos de vigência, não está a ser cumprido em pleno: “Há pareceres pagos com rodas de dinheiro que dizem que está tudo bem, mas na nossa perspetiva, a empresa devia intervir mais na rede.”

Questionado sobre o impacto financeiro de uma municipalização, o candidato admite que ainda não há contas feitas: “Não temos acesso a todos os dados. Quem governa é que tem de abrir os números. Mas se a empresa tem um milhão de euros de lucro por ano, esse valor devia ficar no município.”

Ernesto Ferreira termina com um aviso: “Se não se fizer nada, em 2033 vamos ter uma situação igual ou pior à que tínhamos antes da entrega do serviço à Águas de Alenquer.”

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