As falhas nas comunicações durante o dia de ontem levaram alguns serviços de proteção civil a improvisar. Numa altura em que o digital se sobrepõe ao analógico, e em que as sociedades modernas investem apenas no prático e moderno, ficou, esta segunda-feira, patente que o velho rádio a pilhas e as mensagens de boca a boca ainda são importantes.
Sem Messenger, Telemóvel ou mesmo WhatsApp, muitos não tiveram outro remédio, se não confiar na entrega do recado pessoalmente. Primeiro porque não havia rede de telemóvel, ou internet, e depois porque as circunstâncias assim o exigiram.
No programa de hoje da Rádio Valor Local, para analisar o “apagão”, o Comandante da Proteção Civil de Vila Franca de Xira, António Carvalho, referiu que as comunicações não estiveram, entre as forças de proteção civil, comprometidas. O sistema tinha redundância e a utilização do sistema de satélite Starlink, foi vital para que tudo funcionasse pelo melhor, dentro das limitações do momento. O problema foi nas comunicações para fora.
No entanto, à semelhança de Azambuja, António Carvalho revelou que o próprio presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, deslocou-se pessoalmente
“a duas ou três unidades de cuidados continuados”. Foi ao hospital. A própria Proteção Civil dirigiu-se pessoalmente à GNR de Vialonga, e à PSP de Alverca “para tentar transmitir algumas mensagens porque não estávamos a conseguir pelas vias normais”.
Uma situação que foi semelhante em Azambuja. Também a vereadora da Câmara Municipal Ana Coelho, afirmou que em alguns casos, os serviços de proteção civil optaram pela entrega da informação pessoalmente, porque tornava-se mais rápido.
Segundo a vereadora “o nosso sistema nem sempre funcionou, e nem sempre foi possível falarmos uns com os outros, pelo que optámos por ir pessoalmente até aos locais”.
Foi o que aconteceu “e à moda antiga”, com muitas das instituições e postos de abastecimento. “Foram os nossos serviços que foram lá bater à porta para tentar saber aquilo que se passava”, acrescentando, ainda assim, que “ao nível da proteção civil tivemos um sistema de redundância que funcionou bem”.
Certo é que nestes dois concelhos, os autarcas optaram por se apressar às comunicações, também porque existiu falta de informação das autoridades nacionais, sobre o tempo que iria durar o apagão, ou simplesmente as suas causas. Uma incerteza que no dia de ontem, fez com que os serviços de proteção civil, tivessem de improvisar nalguns casos.
