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ICNF não confirma progressiva extinção de animais na reserva de caça da Torre Bela

Em reunião de Câmara recente a vereadora do Chega Inês Louro questionou o presidente da Câmara de Azambuja sobre a possibilidade de se estar a assistir a uma diminuição do número de exemplares de caça na Herdade da Torre Bela. Silvino Lúcio referiu apenas ter conhecimento da existência de cada vez menos alimento disponível.  Ainda na memória está a montaria ilegal que decorreu em finais de 2020 que culminou no abate de milhares de animais. Na altura o projeto da central fotovoltaica já estava a decorrer e foram muitas as vozes que alegaram que a caçada teve como objetivo limpar a propriedade com vista à central fotovoltaica. Contudo de lá para cá não houve muitos desenvolvimentos quanto à investigação e ao processo em tribunal que envolveu sobretudo caçadores espanhóis

O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) em resposta ao nosso jornal dá conta dos mais recentes censos para aquela área. De acordo com os censos entregues pela zona de caça da Torre Bela, havia, em julho de 2021, estávamos na presença de 97 veados e 70 javalis na respetiva propriedade. Já em julho de 2022, contabilizavam-se 173 cervídeos e 74 javalis. Em fevereiro de 2023 registavam-se 176 cervídeos, dos quais 140 gamos e 36 veados na área murada e cuja tendência é para aumentar. “Quanto aos javalis, não foi possível contabilizar nos censos, uma vez que a população tem tendência a crescer, conforme se tem verificado no resto do país, não estando esta população confinada à área murada, mas distribuída por toda a propriedade (olivais incluídos)”, é acrescentado por aquele organismo do Estado.

A entidade gestora, segundo o ICNF, continua a fornecer “alimentação suplementar no sentido de manter a qualidade de vida das populações na área murada”, algo que foi confirmado “na visita feita pelo ICNF no passado dia 5 de janeiro, não estando prevista a transferência de animais para fora da área murada.”

Diz ainda ser  “desaconselhável a transferência de animais de caça maior (javalis e veados) para outros locais, no caso dos javalis por haver excesso de população a nível nacional, que poderiam causar prejuízos no local da realocação. O mesmo acontece com a população de gamos.”

No caso dos veados, por se tratar de uma população com caraterísticas genéticas do norte da Europa (Escócia), diferentes do veado vermelho ibérico, “tal invalidará qualquer libertação na natureza fora daquela área murada”.

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