O que motiva os jovens a irem para os bombeiros? Este foi o mote de um dos podcasts dos bombeiros de Azambuja, Heróis na Rua, na Rádio Valor Local. Rafael Macedo conversou com o cadete Salvador Coração e com a infante Mariana Tonaco, ambos com 14 anos que acompanhados da dinamizadora da Escola de Cadetes e Infantes dos Bombeiros de Azambuja, a subchefe Iva Silva, falaram das suas expectativas para esta que se prevê como a sua atividade profissional no futuro.
Com um forte espírito de missão em tenra idade, ambos com familiares no corpo de bombeiros, não era difícil antever que esta seria também uma opção para os tempos livres. Para Salvador Coração, o desafio começou cedo. Neste programa especial da Rádio Valor Local, refere que ingresso nos bombeiros aconteceu “também pelo sonho de ser bombeiro”. Disse ainda que está na escola de infantes e cadetes por opção- “Estou por gosto e quero fazer disto uma profissão”.
São de resto muitas as atividades proporcionadas pelos bombeiros a estes miúdos, que já hoje dão uma ajuda preciosa neste corpo de bombeiros. Salvador Coração destaca uma atividade em que participou a bordo de uma fragata da Marinha Portuguesa. “São atividades muito produtivas. Temos uma perspetiva de como é o trabalho de um bombeiro em algumas situações”.
Já Mariana refere que o seu ingresso na escola da Cadetes e Infantes acontece porque gosta de ajudar as pessoas. “Também tenho familiares bombeiros. A atividade de que mais gostei passou também por ir à fragata”, à semelhança do colega.
Quanto aos desafios, Mariana Tonaco afirma que gostava de participar “num simulacro dentro de uma casa com fogo ou alguma coisa assim…”, uma ideia partilhada pelo Salvador que sublinha que este simulacro deveria ter outro nível de desafios, talvez “com algumas vítimas lá dentro, também para nos adaptarmos ao peso das mangueiras, e dos materiais que são necessários para fazer os salvamentos”, de modo a “ganharmos mais perspetiva de como agir quando as pessoas estão em perigo durante um incêndio”.
Projeto começou numa parceria com a CPCJ
A Escola de Infantes e Cadetes de Azambuja começou no ano de 2013. A subchefe Iva Silva, coordenadora da escola, recorda que tudo teve início como um projeto desenvolvido pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). “Criámos esse projeto em conjunto na altura com o comandante e com o programa que nos foi apresentado, onde colocámos algumas crianças que estariam sinalizadas pela CPCJ e então fomos começando a trabalhar com elas”.
Hoje a escola cresceu. Tem cerca de duas dezenas de jovens e não serve apenas as crianças que estão em risco. Antes pelo contrário. A Escola de Bombeiros está agora aberta à sociedade e a todos aqueles que queiram fazer parte do projeto.
Iva Silva refere que “neste momento qualquer criança dos 6 aos 17 anos pode efetivamente candidatar-se”, e destaca que é com “muito esforço também da nossa associação e do comando, que conseguimos ter estas crianças aqui, ao mesmo tempo, que podemos trabalhar com elas”, recordando que os fardamentos para cada uma destas crianças, tem um custo de 400 euros, suportados pela associação.
