O evento “Músicas do Mundo” promovido pela Companhia de Teatro Cegada chega à 12.ª edição com programação eclética e público cada vez mais diversificado. A cidade de Alverca volta a receber esta iniciativa que decorre até 1 de agosto no Largo João Mantas, junto ao Núcleo Museológico de Alverca. O evento, com entrada livre, promete oito semanas de concertos com artistas nacionais e internacionais, sempre às sextas-feiras à noite.
O responsável pela organização, Rui Dionísio, sublinha o crescimento da iniciativa ao longo da última década, consolidando-se como uma referência cultural da região. “Já são 12 edições, apenas com uma interrupção forçada durante a pandemia. Mesmo no ano seguinte, adaptámo-nos e realizámos o evento em sala com transmissão online. Hoje, as Noites no Pelourinho ultrapassaram os limites da cidade — temos público de fora, ouvimos línguas estrangeiras na plateia e vemos famílias inteiras a desfrutar dos concertos.”
A programação arrancou no dia 13 de junho com O Gajo, músico que combina a guitarra campaniça com sonoridades contemporâneas, seguindo-se a atuação de Invisibletuba, com clássicos do jazz de New Orleans. No dia 27 de junho sobe ao palco o Quarteto Dela, integrado pelo próprio Rui Dionísio, Ana Lúcia Magalhães e Vladimir Cruz, também membros da Cegada, com versões em estilo smooth jazz de temas da música portuguesa.
A 4 de julho é a vez de Luís Caracol, músico e compositor que colaborou com Sara Tavares que apresenta uma sonoridade marcada por influências lusófonas. O cartaz segue com música balcânica, choro brasileiro pela italiana Laura Venturini, jazz de fusão com os Shea Grooves and the Ocean Travelers, e encerra a 1 de agosto com nova atuação do Quarteto Dela, desta vez com convidados especiais ainda por revelar.
“O evento foi ganhando identidade própria e hoje já é maior do que a própria companhia que o organiza. A música é o ponto de encontro entre culturas, e o que propomos é uma viagem pelos sons do mundo a partir de Alverca”, refere Rui Dionísio.
Um ambiente único que conquista o público
Para Rui Dionísio, o verdadeiro sucesso do evento mede-se pela forma como a comunidade se apropria das noites culturais. “É maravilhoso ver avós e netos a partilharem o mesmo espaço, numa praça transformada, onde até o museu está aberto até mais tarde. Cortamos o trânsito, criamos um ambiente seguro e acolhedor, e isso também é cultura — é vivência em comunidade.”
O evento decorre entre as 21h00 e as 23h00, com o cuidado de respeitar o contexto urbano e residencial do centro histórico. “Temos um lar de terceira idade a poucos metros e nunca houve qualquer queixa. Pelo contrário, há um respeito mútuo e uma vontade comum de manter viva esta iniciativa.”
Balanço positivo e um olhar para o futuro
O balanço feito pela organização é claramente positivo. Para o futuro, Rui Dionísio acredita que o caminho passará por consolidar ainda mais a relação entre o evento e a comunidade. “Queremos manter este equilíbrio entre a qualidade artística e o envolvimento local. Se continuarmos a ter apoios e o entusiasmo das pessoas, as Noites no Largo do Pelourinho continuarão a ser um ponto alto do verão em Alverca.”