O Natal voltou a assumir-se como um momento de encontro e dinamização em Azambuja, com o Jardim Urbano a funcionar novamente como palco central da programação natalícia do concelho. A opção, explica o vice-presidente da Câmara Municipal, António José Matos, resulta de um processo de aprendizagem e ajustamento contínuo. “Vamos fazendo em função das experiências que vamos tendo. A última experiência da pista de gelo correu francamente mal, não teve aderência, e não vale a pena investir dinheiro em coisas que não resultam”, afirmou no programa Sexta-Feira da Rádio Valor Local.
Este ano, o município optou por um modelo intermédio entre soluções anteriores, apostando na iluminação, no artesanato local e numa programação distribuída sobretudo pelos fins de semana. No Jardim Urbano estão instaladas dez barraquinhas com artesãos e produtos endógenos, numa lógica que procura também estimular o comércio local. “As pessoas gostam de ver o jardim assim, tiram fotografias, sentem aquilo como delas. Tudo isto ajuda a potenciar o que cada um traz dentro de si nesta época”, sublinhou.
A aposta neste espaço resulta também das limitações sentidas em formatos anteriores, condicionados pelo clima. “Há dois anos tivemos imensa chuva e praticamente todos os eventos preparados para as crianças foram impossíveis de realizar. No ano passado, com a tenda no Pátio de Valverde, correu bastante bem, mas faltou dar esse elã ao centro da vila”, explicou António José Matos, justificando a solução adotada este ano.
A programação prolonga-se até 6 de janeiro e concentra-se essencialmente a partir de 18 de dezembro, com iniciativas dirigidas às famílias e às crianças. “Durante a semana não vale a pena, as pessoas estão a trabalhar. Por isso apostamos sobretudo nos fins de semana, com atividades que façam sentido”, referiu o autarca.
Espetáculo Musical Interativo Missão Natal no dia 20
No dia 20 de dezembro está prevista animação infantil com o espetáculo musical interativo Missão Natal, pensado para promover a participação ativa do público. Estão também previstos workshops de doçuras de Natal e ateliês musicais, numa aposta na memória sensorial associada à quadra. “Hoje em dia as pessoas não querem só estar sentadas a ver. Querem interagir, participar, experienciar”, afirmou. Para o vice-presidente, os cheiros e os sabores do Natal continuam a desempenhar um papel fundamental. “Todos nós temos memórias muito fortes associadas a esta altura. Isso marcou-nos enquanto pessoas e é algo que temos de transmitir às crianças.”
O último dia com programação específica será 21 de dezembro, com teatro infantil, dança e animação contínua no Jardim de Natal, que permanecerá aberto e iluminado até ao Dia de Reis. “Os nossos sentidos são todos importantes. O auditivo, o olfativo, tudo isto cria memórias e ajuda-nos a crescer enquanto pessoas”, acrescentou.
Natal também passa pelas freguesias
Para além da sede do concelho, o município mantém o apoio às juntas de freguesia, numa lógica de coesão territorial. “Não dá para fazerem o que se faz aqui, mas todas devem e têm alguma presença do Natal. Isso é importante para aproximar as pessoas”, destacou António José Matos, referindo a dinâmica existente em freguesias como Alcoentre, Aveiras de Cima ou Manique do Intendente.
O comércio tradicional volta a ser um dos pilares da quadra natalícia, através do sorteio de Natal que este ano envolve 78 estabelecimentos comerciais. “Pelas senhas percebemos que o movimento ultrapassa meio milhão de euros. Os prémios regressam ao comércio local e isso liga o território”, explicou o vice-presidente.
A programação estende-se ainda à passagem de ano, com concerto, DJs e fogo de artifício no Largo da Praça. “As pessoas divertem-se cá, não andam de carro e isso também é segurança”, afirmou, lembrando que a iniciativa se tornou já uma tradição no concelho.
Para António José Matos, mais do que iluminação ou estruturas, o essencial do Natal está na atitude coletiva. “Se as pessoas forem mais empáticas, o Natal será todos os dias do ano. Não é por haver mais um trenó ou um ursinho iluminado que isso acontece”, concluiu.








