Em entrevista ao Valor Local, Pedro Gameiro, candidato do PS à Câmara de Benavente, defende uma visão de futuro para o concelho focada na preparação para os desafios que se avizinham, com destaque claro para a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete — uma infraestrutura que, apesar da designação, se encontra dentro dos limites do concelho de Benavente.
Na leitura do candidato socialista, o impacto do aeroporto será profundo e transversal. Gameiro recorda que a chegada da infraestrutura vai trazer uma nova dinâmica populacional, económica e social que exige respostas urgentes. “O aeroporto vai trazer construção, mão de obra qualificada, novas famílias, deslocação de trabalhadores, e crescimento habitacional. Mas neste momento o concelho não tem condições para receber essa realidade”, afirma. Aponta a falta crónica de creches, a ausência de médicos de família e a pressão crescente sobre a habitação como entraves sérios ao desenvolvimento equilibrado.
O PS propõe, por isso, medidas concretas e imediatas, como a construção de creches municipais em Samora Correia e Benavente, a recuperação e reativação de postos de saúde — incluindo o do Porto Alto, encerrado há dez anos — e projetos de habitação a renda acessível, com inspiração em modelos já aplicados noutros concelhos. “Hoje um jovem casal não consegue pagar uma renda em Samora Correia. Muito menos comprar casa. Se não atuarmos agora, vamos empurrar estas pessoas para fora do concelho”, alerta Gameiro.
Critica ainda o que considera ser uma falta de visão estratégica por parte do atual executivo da CDU, acusando-o de não ter preparado o território para o crescimento que se avizinha. Dá como exemplo o concelho vizinho de Almeirim, onde “o futuro foi preparado há dez anos”. Em contraste, considera que Benavente está atrasado e em risco de perder o potencial transformador que o aeroporto pode
A polémica da Mesquita Islâmica
Na entrevista, o candidato do PS abordou também outras questões locais, como a polémica em torno da instalação de uma mesquita em Samora Correia. Considera que o episódio foi mal interpretado e politicamente aproveitado. Refere que o Partido Socialista já tinha projetado para aquele terreno a construção de um parque urbano, independentemente de quem viesse a adquiri-lo. Reafirma o respeito pela liberdade religiosa, mas sublinha que as necessidades da população — como espaços verdes, creches e centros de saúde — têm de ser prioridades.
Na área da saúde, Pedro Gameiro traça um retrato preocupante. Aponta que entre Samora Correia e Porto Alto existem entre duas a três mil pessoas sem médico de família. Considera positiva a recente reabertura do posto dos Foros da Charneca, mas recorda que foi uma obra arrastada desde 2019. Afirma que, se for eleito, a resolução da falta de médicos será uma prioridade imediata. “Podem fazer as obras que quiserem, mas sem médicos continuaremos com filas às seis da manhã e pessoas sem atendimento”.
No campo social, o candidato dá destaque à terceira idade. Promete implementar, logo nos primeiros 100 dias, um plano de acompanhamento domiciliário para idosos que vivem sozinhos, bem como a criação de novas vagas em lares. “Temos de deixar de tratar a terceira idade apenas com almoços e excursões no verão. Há idosos sozinhos em casa, alguns esquecidos. Isso não é aceitável num concelho com os nossos recursos”, sublinha.
Por fim, em relação ao Festival do Arroz Carolino, defende a sua continuação, mas com maior contenção orçamental. Aponta para os mais de 400 mil euros de custos associados ao evento, valor que considera excessivo face às necessidades sociais do concelho. “O festival é importante, mas não pode continuar a crescer em despesa enquanto faltam creches, médicos e habitação. É uma questão de prioridades”.
Muito boa tarde Pedro gostei muito desta entrevista ,,independentemente da orientação política de cada um ,,eu achei muito esclarecedor todas as questões aqui mencionadas ,,nomeadamente a preparação do concelho a nível social económico com a vinda do aeroporto de Samora correia ,uma vez que será construído em terras Samora ,e criar uma dinâmica cosmopolita ,,sem perder as tradições do concelho rural ,mas ir sensibilizando as populações para as mudanças ,e que esses acontecimentos não condicionem as populaçoes ,,pelo contrário e se sintam acompanhadas nos seus anseios e preocupações…sim Pedro boa sorte e independentemente de quem ganhar que tenham em conta tudo que falaste,,tudo de bom para ti Pedro abraço