O projeto que prevê a instalação de um mega parque solar na Quinta da Torre Bela, no concelho de Azambuja, pode sofrer um grande retrocesso.
Em declarações em exclusivo à Rádio Valor Local, Silvino Lúcio, o novo presidente da Câmara refere que para votar favoravelmente a declaração de interesse público municipal não vai poder contar com os votos a favor da CDU, que neste mandato aceitou pelouros do PS, bem como acompanhará de forma favorável algumas votações mais importantes em Assembleia Municipal, mas faz ponto de honra na oposição às centrais em perspetiva. “Ficamos de pés e mãos atados”. A somar a isto, por parte dos promotores, Aura Power e CSRTB está a diminuir o interesse em fixarem-se no local.
Recorde-se que o projeto está previsto para uma área de 775 hectares, num investimento de 170 milhões de euros com a criação de 1000 postos de trabalho na fase de construção e 10 postos permanentes após esta fase. A central está desenhada para a quinta na parte em que fica de frente para a Companhia Logística de Combustíveis prolongando-se até à entrada de Alcoentre para um total de 638 mil 400 painéis solares.
Silvino Lúcio também espera que dentro de dois anos o Plano Diretor Municipal esteja concluído para balizar de uma forma ainda mais efetiva esta questão. Em última análise o Governo, pode avançar com a declaração de Projeto de Interesse Nacional (PIN) para esta central, como de resto já foi deixado nas entrelinhas pelos responsáveis políticos do país.
O autarca tem a indicação de que nesta altura está a ser desenvolvido o novo traçado para passagem da linha de muito alta tensão, dado que o atual tem merecido a contestação popular da população de Casais das Boiças. “Temos a expetativa de que possa ficar mais afastado das casas”.
O promotor da Aura Power queixa-se, nesta altura, que as matérias primas estão a ficar superinflacionadas com “o que está a acontecer na Europa e no mundo com a subida dos materiais, sendo que cada painel já custa o dobro”. O autarca é perentório, “avaliado este quadro o promotor pode desistir de todo o projeto”, tendo em linha de conta também a imprevisibilidade do futuro no que respeita à aprovação do projeto.
Já quanto ao parque solar da EDP para a Quinta da Cerca, mantém-se de pé com 458 mil painéis. Aguardando também um desfecho por parte dos órgãos autárquicos mas as conversações com o interlocutor português não decorrem com a mesma frequência por oposição com os promotores estrangeiros.