A nova comissão política do PSD de Azambuja, liderada por Margarida Lopes, tem pela frente a certeza de que Rui Corça vai levar o mandato até ao fim. O atual vereador da oposição na Câmara de Azambuja e cabeça de lista nos dois últimos atos eleitorais, está-se a revelar um osso duro de roer para as novas hostes concelhias, e recusa deixar o lugar vago na autarquia, sublinhando que respeita as opiniões dos militantes e dos eleitores que escolheram o projeto liderado por si em 2017 e 2021.
Ao Valor Local, o autarca sustenta: “Devo o meu contrato (eleição) aos munícipes de Azambuja que votaram em nós” e acrescenta – “Não o devo a uma comissão política do PSD seja ela qual for”, e recorda que quando foi candidato, “também não fazia parte da comissão política local”, pelo que no seu entendimento não se deve misturar uma candidatura com a pertença à comissão política.
Recorde-se que Margarida Lopes, ainda na campanha para as eleições da concelhia, estava segura da sua eleição, dando a entender que pediria ao vereador que tirasse as devidas ilações da antecipada derrota. Rui Corça diz que tirará as ilações do ato eleitoral, “mas internamente, dentro daquilo que é a vida do PSD”.
Margarida Lopes frisou mesmo que Rui Corça nunca seria o candidato da sua comissão política, e na primeira reunião que teve com o atual vereador pediu para que este renunciasse ao mandato, segundo apurámos.
Posição diferente, teve Margarida Lopes com José Paulo Pereira, o outro vereador do PSD eleito com Rui Corça. Na Rádio Valor Local, enalteceu o trabalho do vereador sublinhando que não se importaria de continuar a trabalhar com o mesmo. José Paulo Pereira não vai abandonar o lugar e ficará até ao fim do mandato com Rui Corça. Resta saber aqui se José Paulo Pereira, estando solidário com Rui Corça, conseguirá trabalhar com a concelhia.
Ao Valor Local, Corça sublinha que não vai renunciar apesar das “pressões”. “O meu compromisso é com as pessoas que me elegeram com base num programa, e não alterarei essa minha posição agora, porque há outra comissão política”.
Cabeça de lista à junta de Azambuja e mais três eleitos também abandonam o barco
No entanto, a nova comissão política está também a braços com outra crise. O antigo cabeça de lista à junta de Azambuja e outros três elementos apresentaram a sua demissão dos cargos que ocupavam na assembleia de freguesia. Ao Valor Local, Luis Otero disse que foi convidado a deixar o lugar através do grupo dos autarcas do PSD no whatsapp, apelo ao qual aderiu imediatamente.
No entanto para trás, fica a intransigência destes elementos, todos independentes, em colaborar com Margarida Lopes, por esta representar “um passo atrás no PSD e um regresso ao passado”, na opinião de Otero e dos seus companheiros na assembleia de freguesia.
Com efeito, a recusa de reunir destes elementos com a nova concelhia, levou a que a nova presidente solicitasse que os lugares ficassem vagos. Contudo ao Valor Local, Margarida Lopes, sublinha que nunca o pediu, contrariando a mensagem enviada aos autarcas por via da rede social whatsapp à qual também tivemos acesso.
A concelhia fala num novo ciclo e prefere destacar que nos últimos meses, o PSD de Azambuja ganhou 130 novos militantes ativos.