Os vereadores do PSD na Câmara Municipal de Azambuja, Margarida Lopes e Luis Benavente, votaram contra a proposta do Partido Socialista que pretende criar mais dois vereadores em regime de tempo inteiro. Na prática, esta decisão permitiria que a vereadora Ana Coelho (PS) e o vereador da CDU, António Torrão, passassem a exercer funções a tempo inteiro com remuneração completa. Para o PSD, esta proposta não se limita a uma questão de gestão do executivo, mas representa um entendimento político entre PS e CDU que não foi apresentado aos eleitores nem devidamente explicado.
Os sociais-democratas afirmam que a sua posição se baseia em motivos políticos, morais e de transparência democrática. Recordam que situações semelhantes já ocorreram em 2013 e 2021, sempre em momentos em que o PS não alcançou maioria absoluta. Segundo os vereadores do PSD, nesses momentos formaram-se entendimentos informais entre socialistas e comunistas que nunca foram publicamente esclarecidos. Apenas se tornou pública a consequência prática: a atribuição de remuneração e regalias a vereadores da CDU suportadas pelo orçamento municipal. No caso presente, o valor global bruto associado ao vereador da CDU ascende a 53.285,35 euros anuais pagos pelos contribuintes do concelho.
Os eleitos do PSD afirmam desconhecer os termos do acordo que terá sido estabelecido entre PS e CDU e consideram legítimo questionar o que está por detrás desta proposta. Perguntam quais os encargos adicionais que este entendimento representa para o erário público, para além dos vencimentos agora atribuídos. Questionam também se haverá novas contratações ou prestações de serviços para sustentar este acordo, recordando que no mandato anterior foi contratada uma militante do PCP que há apenas quinze dias foi candidata à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Os vereadores do PSD colocam ainda em causa a coerência política do vereador da CDU, que durante a campanha criticou duramente o PS, negou qualquer intenção de coligação e agora aceita um acordo que consideram oculto. Salientam que esta é a única solução conjunta entre PS e PCP existente no distrito de Lisboa, o que, no seu entender, demonstra o isolamento político e o desfasamento do PS de Azambuja face à realidade política atual.
O PSD sublinha que, se a proposta se limitasse à atribuição de tempo inteiro à vereadora Ana Coelho, teria votado favoravelmente, reconhecendo a importância de assegurar o funcionamento regular do executivo. Porém, com a inclusão do vereador da CDU, entendem que a proposta deixa de servir o interesse público e passa a traduzir um acordo político pouco transparente, desrespeitando o resultado eleitoral. Acrescentam ainda que a Freguesia de Aveiras de Cima já se encontra representada no executivo pela vereadora Ana Coelho, pelo que a inclusão do vereador da CDU não se justifica com critérios de representatividade territorial.
Os vereadores do PSD afirmam manter a coerência com o que defenderam durante a campanha eleitoral. Entendem que quem vence as eleições deve governar, sem recorrer a negociações, entendimentos ou alianças que contrariem a vontade expressa pelos eleitores.
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Faz todo o sentido Azambuja ser governada à esquerda, uma longa tradição democrática onde a direita não tem lugar! Votos de sucesso