António Félix nasceu em junho de 1964, em Santana da Carnota, concelho de Alenquer. Prestes a completar 60 anos, o economista, que é o autor na Rádio Valor Local, da rubrica “Economia de A a Z”, continua firme no seu propósito de “devolver à sociedade, tudo o que esta lhe deu”, é assim que começa por resumir nesta nossa entrevista com um dos mais recentes colaboradores da rádio.
Passou a infância e juventude entre o Sobral de Monte Agraço, Alenquer e Torres Vedras, onde estudou, e foi naquela fase da juventude, “quando não sabemos bem o que queremos da vida”, que descobriu a sua “habilidade para os números”, que o levou mais tarde, concluído o seu curso superior a ingressar na vida financeira, onde exerceu toda a sua atividade profissional. Foi também devido aos números que a sua vida pessoal deu uma reviravolta e acabou por deixar a região Oeste. Foi em Lisboa, na faculdade, que conheceu a sua esposa, e sendo ela uma alhandrense, acabou por via do casamento por se radicar na vila ribeirinha.
A vida pública, essa, tem uma origem numa consciência cívica que desde sempre o acompanhou. Segundo nos diz, por ter nascido numa família pobre, apenas conseguiu estudar e fazer uma licenciatura com o ajuda do Estado através de bolsas de estudo e então, nunca saiu da sua cabeça, devolver à sociedade, aquilo que tinha recebido, tendo participado na juventude em várias associações culturais e desportivas. Aconteceu quando os filhos eram pequenos e estavam no infantário da Associação de Promoção Social de Alhandra (APSA), que passou por um problema que é comum à maioria das associações, a dificuldade de encontrar pessoas para os órgãos sociais. Ao saber disto, e sem conhecer ninguém, António Félix, foi a uma reunião, onde se disponibilizou para o que fosse preciso. Por lá ficou por mais de uma década e hoje diz que a APSA é como se fosse o seu terceiro filho.
Mais tarde, um antigo presidente da junta de Alhandra, desafia-o a fazer parte do seu executivo e assim se inicia uma vida política, onde passou pelos três poderes locais, Junta de Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal, onde esteve oito anos como vereador. Em relação a esse período e apesar do sentido de dever cumprido, diz que gostava de ter feito mais. Cita até uma frase do antigo presidente da Câmara, Alberto Mesquita: “No dia em que estiver tudo feito, não estamos aqui a fazer nada”
Em 2021, ao deixar a Câmara, e quando se prepara para voltar ao mercado de trabalho, na área financeira, António Félix, que trabalhara 23 anos no Banco Espírito Santo, acaba por aceitar a proposta de se aposentar feita pela entidade patronal.
Nestes últimos tempos e como aposentado, António Félix, tem trabalhado como consultor, mas seleciona bem os projetos em que se envolve, porque como nos diz, está numa fase da vida e com uma idade que já não se está para se “chatear”. Entretanto, aceitou o convite do presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, o alhandrense Vítor Félix, e é agora presidente do Conselho Fiscal da Federação, com mandato até aos Jogos Olímpicos de Paris.
Ao ser convidado por Miguel Rodrigues, diretor do jornal e da Rádio Valor Local, para assinar uma rubrica semanal, sobre economia, António Félix diz que não poderia recusar. Segundo nos diz, sempre defendeu que deveria constar no programa escolar, do ensino básico, uma disciplina de economia doméstica e gestão do orçamento familiar, para criar bases de uma poupança diária, pois não havendo essa educação, “as pessoas muitas vezes não sabem como proceder e os cuidados a ter com os seus gastos diários básicos”. Diz-nos que naquele seu espírito de retribuir à sociedade o que esta lhe deu, esta rubrica é uma forma de ajudar o próximo dando dicas de uma forma didática, mas leve, para que as pessoas levem a bom porto a sua vida económica, porque na vida, tudo é economia e tudo são finanças. “Economia de A a Z” vai para o ar todas as quartas-feiras às 9h00, ficando disponível à posteriori em podcast.