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Ribatejo Tent’Ajudar: O grupo que não deixa ninguém para trás

Desde há quatro anos que um grupo de amigos de Azambuja faz da solidariedade palavra de ordem. À medida da disponibilidade de cada um, multiplicam-se campanhas para ajudar o próximo, normalmente crianças que precisam de ajudas técnicas ou de verbas para pagar terapias, mas não só. Também reuniram bens alimentares destinados a pessoas mais carenciadas. Na Rádio Valor Local estiveram João Paulo Santos e Joana Sousa, apenas dois dos rostos deste movimento que tem feito a diferença na nossa região.

O voluntariado é também um “bichinho” e, uma vez nestas andanças, a vontade de ajudar mais pessoas não para. O grupo tem ao todo cerca de nove pessoas. João Paulo conta que nem sempre conseguem estar todos juntos nas diferentes ações, mas faz-se por isso. O grupo, que recentemente se tornou numa associação por força da dimensão que acabou por ganhar, realiza caminhadas, recolhas de donativos junto do comércio e sessões de teatro. Tudo numa incansável maratona destinada a financiar as mais diversas atividades. Mais recentemente, levou ao palco do Auditório do Páteo do Valverde algumas peças de teatro, cujas verbas serão destinadas à compra de livros para a biblioteca da Associação Nossa Senhora do Paraíso, lar de idosos em Vale do Paraíso.

“Estamos muito satisfeitos com aquilo que conseguimos até agora. Temos tido uma rede de apoio muito grande que passa sem dúvida também pelo comércio local. Queremos agradecer aos muitos lojistas que nos ajudam”, destaca Joana Sousa.

Grupo testemunha falta de apoio do Estado às famílias com filhos com necessidades especiais

Uma das mais recentes campanhas do grupo passou por ajudar a pagar as sessões de terapia a uma criança com necessidades especiais. Ao longo deste tempo, o Ribatejo Tent’Ajudar tem presenciado a falta de apoio do Estado junto destes pais e crianças. Os valores são muitas vezes incomportáveis e há famílias, como a de Liliana Carapinha, mãe da Carminho — entrevistada no ano passado pelo Valor Local — que tiveram de arranjar dois empregos para conseguir reunir as verbas necessárias. A ação levada a cabo pelo grupo permitiu reunir cerca de 1300 euros, depois de pagas as despesas relacionadas com seguros e licenças. Por norma, realizam apenas uma atividade para cada causa.

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Ouça a entrevista com Sofia Sousa e João Paulo Santos do Ribatejo Tent’Ajudar

João Paulo Santos explica que o princípio passa pelo envolvimento numa causa para depois se passar à seguinte, porque as solicitações são muitas. “O que fazemos, de facto, é tentar minimizar, porque não solucionamos nada. Ao contrário daquele ditado conhecido, não entregamos a cana para pescar. Tentamos, sim, dar algum peixe para alimentar — passando um bocadinho a expressão”, compara, reforçando que muitos pais sentem falta de “apoio, de estrutura”.

Um dos casos que mais marcou João Paulo foi o do Rodrigo, também com problemas de saúde, que acabou por falecer. Foi uma das crianças pelas quais o grupo fez uma caminhada integrada numa ação de solidariedade. “Estive na casa do Rodrigo com os pais e, durante 40 minutos mais coisa menos coisa, a criança apresentava um olhar vidrado para depois esboçar, de repente, um sorriso. E aquilo mexeu comigo. Passado algum tempo, o Rodrigo morreu. Fui ao velório e isso marcou-me”, conta João Paulo Santos. O grupo tenta não se envolver demais com os problemas das pessoas, mas nem sempre é fácil.

Mas depois há quem seja alvo de uma campanha e mais tarde se junte ao Ribatejo Tent’Ajudar e queira participar numa ação do grupo, como foi o caso de “uma rapariga invisual que esteve a ajudar-nos no Festival das Sopas”, mas também de “outra pessoa que teve um AVC e que agora foi limpar praias connosco”.

“As pessoas são regra geral solidárias, mas muitas vezes necessitam de um empurrão”

Os dois elementos deste grupo concordam que, regra geral, as pessoas são solidárias; apenas precisam, muitas vezes, de um ligeiro empurrão. “Não temos razão de queixa nenhuma aqui no concelho ou na região — e mesmo de fora, até porque chegamos a ter pessoas de Sintra nos nossos eventos.” “Aquilo que se recebe é muito gratificante, sem dúvida.”

Lançamos o repto aos nossos convidados: e aquelas pessoas que querem dedicar-se ao voluntariado, mas que o temem fazer porque têm a ideia de que a maioria das pessoas é mal-agradecida? João Paulo Santos é da opinião de que quem faz voluntariado não pode ir com essa ideia feita. “A regra número um é não querer saber o que o outro pensa. Se sinto que estou a fazer o bem, é por aí que me devo guiar.”

Por isso mesmo, este grupo oferece a possibilidade, a quem o queira, de praticar o voluntariado por um dia, numa experiência que pode ou não mudar a sua vida ou a vida de outros.

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