Ricardo Correia vai deixar, no início de maio, o comando dos bombeiros de Azambuja. O operacional confirmou isso mesmo ao Valor Local, e sublinha que esta decisão “nada tem a ver” com a nova direção que tomou posse na semana passada.
O operacional refere que “na verdade não há um motivo para a saída”, e recorda que todos os objetivos que tinha delineado foram cumpridos.
“Sinto que dei ao corpo de bombeiros aquilo que queria dar. Sei a casa que hoje temos e a confiança que tem dos azambujenses. Durante o ano de 2023 não respondemos a uma única reclamação, muito pelo contrário, pois têm sido sucessivas as mensagens e os e-mails que recebemos de satisfação por parte das pessoas e penso que, enquanto profissional, quando atingimos este patamar, sentimos um bocadinho aquele vazio, que se resume neste frase- O que é que falta fazer a seguir?”, destaca o ainda comandante dos voluntários de Azambuja, que enfatiza – “Sou uma pessoa muito nova e tenho mais para dar, acho que também é a altura de dar oportunidade a outra pessoa, que possa vir para o meu lugar e ter um novo projeto, no sentido de dar continuidade ao trabalho já desenvolvido”.
Ricardo Correia estava à frente dos bombeiros há seis anos, tendo sucedido a Armando Batista. O operacional sublinha que trabalha por objetivos, e que terá atingido todos os que se propôs nesta comissão de serviço.
A aquisição do veículo de emergência foi um deles, mas existiram outros que o operacional reputa como conquistas importantes. Ricardo Correia não esquece os últimos meses, que foram mais intensos devido à sua vida pessoal, nomeadamente a sua relação com a vereadora com a área da Proteção Civil, Ana Coelho, e as várias polémicas com a oposição que levaram à realização de uma vigília por parte do corpo de bombeiros.
“Não vou esconder que o último ano e meio também foi difícil para mim, pelas razões públicas que são conhecidas. Sinto muitas vezes que este corpo de bombeiros também foi alvo de represálias publicamente por razões que têm a ver com a minha vida particular e por mais que as pessoas, às vezes, tentem desmentir isso, é só fazer um paralelo entre aquilo que era o antes e o depois, e perceber que nada mais pode motivar as coisas que foram acontecendo”.
O comandante, na hora da saída, deixa uma palavra ao corpo ativo, mas também à anterior direção presidida por Manuel Arraião.