A Coligação Nova Geração de Vila Franca de Xira, iniciou no passado dia 24 de Fevereiro as Talks Nova Geração, com o tema “Que Futuro para a Saúde?”. Entre os convidados estavam Ricardo Baptista Leite (Médico e CEO da HealthAI), Miguel Marques Ferreira (Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar e Dirigente do Sindicato Independente dos Médicos) e Ricardo Mexia (Epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e presidente da junta de freguesia do Lumiar). O debate contou com a moderação do vereador da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, David Pato Ferreira.
O painel, de acordo com nota de imprensa da Coligação Nova Geração, debruçou-se sobre questões como os médicos de família. Ricardo Mexia considerou que é possível colmatar esta situação, através da tomada de decisão dos cargos políticos com responsabilidade na matéria da saúde para alargarem a implementação do modelo de USF tipo C, que torna mais atrativa a carreira médica.
Exclusividade dos Médicos, PPP’S e ULS em debate
Já Miguel Ferreira enquadrou aquelas que são as funções desempenhadas pelos profissionais da área e destacou a incrementação e formação de equipas para as usf’s, como uma fase transitória suplementar a esta resposta no Serviço Nacional de Saúde e contratualizar algumas destas respostas junto das entidades sociais, públicas e privadas.
Ricardo Batista Leite indicou que a apresentação de resultados deve ser impulsionadora da
adaptação das políticas de saúde a serem colocadas ao dispor da população, com a nota de que “a esquerda não se importa com este fator, que tem levado ao descalabro que temos vindo a sentir na saúde sobre, no que diz respeito a prestação de cuidados médicos primários.”
Ricardo Mexia, por sua vez, apontou que existe uma séria dificuldade em articular a aquisição de medicamentos com a aquisição e modernização de equipamentos e deixou uma reflexão para que “todos os presentes se questionassem quando foi construído o último Hospital Público? (não PPP)”. Considerando que é vendida esta “fantasia” de que “mais dinheiro resolve o problema das pessoas quando não se executa todo o investimento anunciado na saúde.”
Já quanto às Unidades Locais de Saúde (ULS) apresentadas pelo Partido Socialista como se fossem a “solução milagrosa para todos os problemas da saúde”. Ricardo Batista Leite definiu que conceptualmente, um modelo de gestão com cuidados primários, secundários e terciários, que garanta o seu funcionamento como um todo, “faz sentido, o problema é a forma como foi desenhado”. Por exemplo, “em termos de cuidados hospitalares, muitos dos casos repetidos de acesso a urgências são, muitas vezes, pessoas que não tomam a sua medicação crónica de forma correta. E para estes casos, não existem grandes respostas de acompanhamento que, no limite, poderiam aliviar bastantes as urgências hospitalares.”
Ricardo Batista Leite defendeu, ainda, que deve ser realizada uma carta da saúde, nunca antes feita, demonstrativa de toda a oferta existente no setor social, privado e público no país. “O primeiro grande problema do país é nem sequer ter noção de toda a sua oferta de saúde. No seguimento do tema anterior, foi lançada, durante o debate, a questão a Miguel Marques Ferreira se a solução pode ser encontrada através da exclusividade dos médicos no SNS? Em resposta, esta opção é considerada “penalizadora” para os médicos que através de uma exclusividade forçada promoverá “a saída destes profissionais de saúde do SNS e em nada garante desempenho, o que irá garantir esse desempenho é que os profissionais de saúde tenham associado um incremento remuneratório sobre índices de produtividade.”