O Museu Municipal de Azambuja Sebastião Mateus Arenque foi um dos distinguidos pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) na sua entrega de prémios anual decorrida recentemente. O museu recebeu uma menção honrosa na categoria de Melhor Museu. O mote é mais do que suficiente para conhecermos melhor o espaço que foi inaugurado em 2004, mas que foi alvo de um refrescamento em 2022, tornando-se mais moderno e atrativo para o visitante. Muitos dos conteúdos são os mesmos, mas agora são apresentados de forma mais contextualizada e informativa.
A nossa visita começa pela mão de António José Matos, vice-presidente da Câmara, e Carina Pereira, historiadora do município, que dão a conhecer alguns dos aspetos mais importantes do museu, sobretudo naquilo que é a matéria-prima que serviu de base à exposição permanente relacionada com os quotidianos no concelho de Azambuja, seja no trabalho agrícola, seja nos ofícios, nos usos e costumes e a sua evolução- “Trata-se de um museu marcadamente etnográfico e territorial”, vinca António José Matos. Vários pontos do concelho estão em evidência desde o Palácio de Pina Manique em Manique do Intendente, o Castro de Vila Nova de S. Pedro, a Igreja de Alcoentre, o Marco do Cruzamento da Espinheira.
Uma das novidades patente no dia da nossa reportagem prende-se com uma exposição dedicada aos sapateiros no concelho, com instrumentos de trabalho alusivos à época e no fundo é uma homenagem a alguns daqueles trabalhadores que existiram em Azambuja, aliada também a uma vertente multimédia. “Tínhamos imensos sapateiros, o Noé, a Carmen Rabuça, o Virgílio Sapateiro. Foi-nos doado espólio por parte de familiares, Elias Pereira Mendão e Armando Calisto, de Vale do Paraíso”, acrescenta Carina Pereira. O museu também revela alguns apontamentos do Castro de Vila Nova de São Pedro com objetos encontrados no local e um pouco da história deste sítio que é monumento nacional, em que a maioria do espólio se encontra no Museu do Carmo.
Um dos ex-libris do museu é uma máquina de secar arroz em tamanho real. Alguma da imprensa que existiu ao longo das décadas em Azambuja está também patente em que o destaque vai para o jornal Oleastro, que apenas conheceu um número, mas também outros que davam conta da vida do concelho, de notícias dos bombeiros, coletividades, fábricas e ocorrências. Salta à vista a notícia que dá conta da presença em Azambuja de Henry Ford, fundador da Ford, na inauguração da fábrica em Vila Nova da Rainha. Ao lado está também um vídeo da RTP que dá conta da inauguração do Hospital da Misericórdia, há vários anos desativado, e outro com a passagem das concorrentes a Miss Portugal, em 1973, pelo Lezirão. As recolhas de Sebastião Mateus Arenque, que dá o nome ao museu, sendo este um etnógrafo que deu um importante contributo para aquele espaço também pode ser apreciadas na exposição.
Em abril, o Valor Local já estivera no museu, onde deu a conhecer a exposição sobre os 50 anos do 25 de Abril, patente no local, e que dá conta de como aconteceu a Revolução neste concelho. É esta uma exposição que ainda pode visitar. A tauromaquia está também representada no museu, com uma cronologia dos seus principais intérpretes ao longo dos anos. Aqui também não podiam faltar os cartazes das feiras de maio de antigamente “com ilustrações lindíssimas”, dá a achega Carina Pereira.
O museu tem conhecido um incremento importante junto dos mais novos, dado que todas as escolas do concelho fazem visitas de estudo com regularidade ao espaço. Um dos desafios é desafiar sempre o conceito de novidade e ir introduzindo novos desafios aos visitantes. Com regularidade, o museu apresenta ideias que visam proporcionar o conhecimento, com atividades ligadas à História. Recentemente foi dinamizado um atelier de fabrico de pão como se fazia na pré-história, por exemplo, mas também através das exposições temporárias. “Queremos que o museu seja um espaço vivo, para que as pessoas venham conhecer”. “Temos muita gente de fora a vir aqui”, dá conta o vice-presidente