Foram centenas as pessoas que participaram nas duas ações de protesto convocadas para Alhandra e Vila Franca de Xira, no passado sábado dia 23. A ação foi convocada pelo Movimento Em Defesa de Vila Franca e Alhandra e está relacionada com a falta de informação relativa à quadruplicação da Linha do Norte e à passagem do TGV que vai ter implicações no património das duas localidades.
À Rádio Valor Local, Luís Capucha, um dos líderes deste movimento que junta associações e cidadãos do concelho, refere que existe muita falta de informação por parte da Infraestruturas de Portugal (IP), autora do projeto, e que nem todas as alternativas foram dadas a conhecer à população.
Luís Capucha salienta, em entrevista, que “as pessoas ainda não acreditam que as transformações possam vir a acontecer”, sendo que a população “não está consciente que a quadruplicação vá para a frente”, e esse “é um dos impedimentos para que exista uma maior mobilização”.
Para Capucha, a IP está a fazer “chantagem” com as populações e com os autarcas. Na última edição, o Valor Local puxou para a primeira página o facto de a IP vincar a necessária demolição da Fábrica das Palavras e eventualmente da Praça de Toiros, caso a opção escolhida recaia no enterramento da linha, e isso tem sido uma das batalhas do movimento, que “não acredita que não existam mais soluções, tendo em conta que aquelas que são apresentadas passam como definitivas”.
Para o movimento, esta opção apresentada pela IP é “uma falácia completa”. “Esse argumento é pura chantagem sem sentido nenhum”, e por isso exige saber quais são as outras soluções. E apela a que sejam apresentadas “as alternativas para as pessoas poderem julgar em função dos seus impactos”.
Luís Capucha refere que até ao momento foi apresentada uma solução de obra “sem sequer um mero estudo de impacto social e ambiental” e interroga-se se tal “faz algum sentido”, acrescentando que não tem nexo “deitarem metade de uma cidade abaixo, e a outra metade ficar sem acesso ao rio. Isto sem haver sequer um estudo. O que há é apenas um boneco”, lamenta.
Capucha vinca que o movimento que integra não é político e que “a nossa a nossa luta neste momento vai em dois sentidos. Um é precisamente alertar as pessoas para o perigo que as nossas terras correm, que é real e material e não é apenas uma ameaça abstrata hipotética”.
Luís Capucha garante que este movimento que se está a organizar em comissão poderá vir a endurecer a sua voz, caso a IP continue a não mostrar os restantes projetos e soluções. “Estamos dispostos a ir até onde for preciso. Demos o primeiro sinal e agora se for preciso cortar a linha de comboio, corta-se a linha de comboio, se for preciso ir a manifestações noutro sítio, vamos lá”, refere Luís Capucha que espera que da parte da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, exista também uma aproximação à população. Para o responsável não há dúvidas: “Gostaríamos de ver a Câmara Municipal ao lado da população, mas também as juntas de freguesia nomeadamente de Alhandra e Vila Franca a apoiar a população. Mas eles saberão o que estão a fazer”.
“A nossa a nossa batalha neste momento é contra o projeto que a IP apresentou, e a maneira como o apresentou. O nosso foco está nesta matéria”.
