A candidata do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Catarina Lourenço, médica de família, não escondeu, que “o desafio do partido não é pequeno”, depois de ter perdido o vereador nas eleições de 2021. Para estas autárquicas, marca como prioridades habitação, cultura e ambiente. Na entrevista à Rádio Valor Local, considerou “um erro” o regresso do Hospital de Vila Franca ao modelo de parceria público-privada (PPP), recordando que “muita coisa do tempo da gestão Mello foi atirada para debaixo do tapete”. Criticou ainda “a ideia de destinar o espaço da Marinha a habitação de luxo” e condenou o projeto imobiliário Vila Rio, que considera “contrário ao interesse público”.
Em comunicado, o BE apresentou também os primeiros cabeças de lista às Assembleias de Freguesia, mas não concorrerá a todo o concelho, limitando-se a quatro das dez freguesias: Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Alhandra/São João dos Montes e Calhandriz, e Vila Franca de Xira.
Na Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, o cabeça de lista é Rodrigo Silva, 29 anos, dirigente sindical, que quer “uma União de Freguesias que não seja apenas um local de repouso, mas também de convívio e de comunidade”.
Para a União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, o BE escolheu Catarina Neto, 27 anos, investigadora em História Contemporânea. Defende “mais e melhores caminhos pedonais e transportes públicos, a criação de espaços verdes e o fomento do comércio local”, dando continuidade ao trabalho que iniciou como substituta na Assembleia de Freguesia e na Assembleia Municipal.
A União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz terá como primeira candidata Carolina Alves, 25 anos, estudante de Ciências Farmacêuticas e membro da Comissão de Saúde e Ação Social local, que pretende “defender o direito à habitação, o direito à saúde e transportes públicos de qualidade”.
Por sua vez, Patrícia Lavareda, 43 anos, vila-franquense, lidera a candidatura à Freguesia de Vila Franca de Xira, comprometendo-se com “soluções concretas para problemas reais”, destacando habitação acessível, transportes dignos e envelhecimento com qualidade.
O BE afirma que estas candidaturas representam a continuidade de “um trabalho de diálogo, proposta e escrutínio sério” nos órgãos autárquicos, mas a escolha de apresentar listas apenas em parte das freguesias evidencia também os limites da estrutura local.