O município de Alenquer prepara-se para apresentar à população do Carregado, com base no plano de mobilidade do concelho, um outro documento mais vasto que compreenda não apenas aquelas questões, como as relacionadas com o ordenamento do território e gestão urbanística. O objetivo é que possa ser uma espécie de guia para o futuro naquela freguesia.
O município recorreu a uma consultora neste trabalho e nele estão refletidas, a título de exemplo, questões como o estacionamento de pesados, o impacto das duas estradas nacionais, redefinição do miolo da zona velha do Carregado, melhoramento dos passeios, redefinição dos sentidos de trânsito, a criação de parques de estacionamento polarizados com ligação à plataforma ferroviária, equipamentos públicos futuros, e a possível colocação de um terminal rodoviário na localidade.
Tiago Pedro, vereador com o pelouro do Ordenamento do Território, ao Valor Local espera apresentar o plano à população e a outros possíveis interessados em breve. “Esperamos que possa ser um documento orientador do próximo executivo para a vila do Carregado já com os problemas discutidos, refletidos e com possíveis soluções a considerar”. Segundo o autarca o documento quer apresentar uma solução para um Carregado pensado a 20 ou 30 anos. “Com isto queremos comprometer os políticos seguintes”. Tiago Pedro não integra para já nenhuma lista à Câmara, apesar de ter referido na Rádio Valor Local que poderia apresentar-se como independente, mas até ao momento e de concreto não avançou nesse sentido.
Tiago Pedro refere que o documento também visa “comprometer os políticos seguintes”
O documento apresentado em finais de mandato, espera que não seja colocado na gaveta por quem vier a seguir. Questionado sobre o facto de estar a ser apresentado a poucos meses das eleições, dá conta: “Se fosse antes era só um tiro de pólvora seca. Não faz sentido estar a colocar este tipo de discussão em cima da mesa, em fórum, sem ter aqui um conjunto de temas refletidos que começam por fazer um apanhado dos problemas, e essa é uma lógica integrada, afinal”. Neste sentido, o município teve de atender ainda a condicionantes como obras públicas, obras particulares, o PDM, as faixas de servidão das várias infraestruturas, o próprio plano de mobilidade assente também em estudos de tráfego.
“Quando fui eleito, disse que o Carregado precisava de uma atenção diferente, precisava do carinho político do executivo, e não me esqueci disso”, refere. “Pode parecer que aconteceu pouca coisa, mas, na verdade, o que se passou foi que gastámos este tempo a fazer inúmeras reflexões, a trabalhar uma parte deste plano, não na totalidade, porque esta parte da macroestratégia é relativamente recente, mas antecedeu esta questão do plano de mobilidade. É algo que não se faz de um dia para o outro”.