A corrida do passado domingo na Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, foi marcada por uma grande diversidade de emoções. O cartel, composto pelos cavaleiros Francisco Palha, Tristão Ribeiro Telles e o Novilheiro Tomás Bastos, teve como Grupo de forcados os Amadores de Vila Franca de Xira. A ganadaria Murteira Grave esteve representada com 4 toiros e 2 novilhos — uma escolha que prometia espectáculo, mas que trouxe também alguns desafios.
Francisco Palha, um dos cavaleiros mais aclamados da nova geração, não esteve nos seus melhores dias. A sua actuação foi algo abaixo do esperado, faltando-lhe a energia e o ímpeto que habitualmente o caracterizam. Contudo, é importante lembrar que estas tardes menos inspiradas fazem parte da carreira de qualquer artista.

Por outro lado, Tristão Ribeiro Telles superou-se. Mostrou-se focado e determinado, dominando o touro com técnica e bravura. A sua actuação foi uma das grandes surpresas da noite, conquistando não só o público, mas também a crítica. A sua evolução é evidente, e esta superação demonstra que está num bom caminho para continuar a brilhar no toureio.
Já Tomás Bastos, filho do bandarilheiro David Antunes e sobrinho-neto do matador de toiros José Júlio e também do bandarilheiro Dário Venâncio , voltou a confirmar que “quem sai aos seus não degenera”. Com um legado tauromáquico de peso, Tomás tem vindo a consolidar-se como uma das grandes promessas do toureio nacional. A sua garra, o talento e a entrega que demonstrou ontem na arena são reflexo da tradição que transporta, herança de uma família com profunda ligação ao mundo taurino. O seu toureio, técnico e destemido, mostrou que a sua evolução é constante, e que está a fazer-se um nome por mérito próprio. A forma como lida com o touro, o seu à-vontade e a forma como conquista o público fazem de Tomás Bastos uma das figuras mais promissoras da nova geração de novilheiros.

Em relação ao Grupo de Forcados, a noite teve os seus altos e baixos. Não se encontraram perante pegas simples, e alguns elementos acabaram por ser assistidos na enfermaria, resultado da dureza das pegas. No entanto, a coragem e a determinação dos forcados foram notáveis, e o público reconheceu o seu esforço, vibrando a cada pega realizada.

O ambiente na praça foi eléctrico, com a casa cheia e um público entusiasta que reagiu de forma vibrante a cada momento da corrida. A energia que caracteriza Vila Franca de Xira esteve bem presente, e este final de tarde, apesar das dificuldades, terminou com a sensação de que o toureio nacional está bem vivo e tem um futuro promissor.
Texto e Fotos: Sofia Rodrigues