O candidato da Nova Geração (coligação PSD/IL) à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, David Pato Ferreira, afirma que o objetivo da sua candidatura passa por alcançar “uma maioria reforçada” nas eleições de 12 de outubro. “Apresentamo-nos com um programa transformador, de longo prazo, que olha para o futuro. Queremos verdadeiramente mudar este concelho”, declarou em entrevista à Rádio Valor Local, garantindo que as autárquicas “são eleições locais e não nacionais, com protagonistas e projetos locais”.
Sobre a ausência do CDS da coligação, o candidato foi claro: “Em 2021 houve um acordo que não foi cumprido por uma das partes, e não foi o PSD. Com alguns protagonistas locais do CDS não havia condições para haver entendimento. Procurámos parceiros que olhassem para o futuro, e encontrámos essa visão na Iniciativa Liberal.” Recusou, contudo, leituras que apontam para lugares em troca da aliança: “A IL teve o primeiro nome em sétimo lugar na lista da Câmara. Nunca esteve em causa a lógica do lugar pelo lugar, mas sim um projeto comum.”
Questionado sobre as críticas relativas às nomeações para empresas municipais, David Pato Ferreira rejeita acusações de favorecimento: “A Nova Geração não aceitou cargos por troca de votos. Assumimos responsabilidades nos SMAS e na Valorsul porque tínhamos compromissos eleitorais claros: travar o aumento da água e conhecer por dentro o processo do lixo. Não podíamos dizer uma coisa e depois ficar de fora da decisão.” Sublinhou ainda que “a vereadora Ana Afonso é administradora a custo zero nos SMAS”. Contudo o PSD chegou a ter até há pouco tempo Horta Carneiro na administração dos SMAS com vencimento, e mais tarde Paulo Horta. “A gestão destes dossiês exige responsabilidade e conhecimento, não demagogia”, conclui.
Na área da higiene urbana, o candidato promete duplicar o investimento para “garantir recolha sete dias por semana” e admite criar uma empresa municipal dedicada exclusivamente ao setor. “Não se trata de privatização, mas de agilizar a contratação de motoristas e cantoneiros. Hoje o concelho não tem recursos humanos suficientes e não há estratégia. Queremos mapeamento digital de contentores e uma gestão moderna, como acontece em Oeiras ou Cascais.”
(Ouça na íntegra a entrevista com o candidato da Nova Geração, David Pato Ferreira)
Habitação a custos controlados para jovens é prioritária
A habitação é outro dos eixos centrais. O candidato critica a ausência de políticas para jovens: “Desde 1974 a Câmara tem zero casas de habitação jovem a custos controlados.” Defende que nos novos empreendimentos privados seja obrigatória a reserva de uma percentagem para este segmento, bem como um modelo de integração social em vez de bairros-gueto: “Habitação social deve significar integração, não exclusão.” Sobre a proposta do atual executivo para os terrenos da Escola da Armada, contrapõe: “Não é legalmente possível vender parte do terreno como defendeu o PS. Queremos ali habitação de qualidade, mas também espaços de lazer, um complexo municipal e, se possível, ensino superior ligado ao cluster aeronáutico.”
No urbanismo, propõe “licença na hora” e uma plataforma digital que permita aos munícipes acompanhar os processos. “Hoje ninguém sabe quanto tempo demora uma aprovação. Há falta de previsibilidade. Queremos regras claras, bairro a bairro, para atrair investimento e baixar preços da habitação.”
Com a Nova Geração “USF Modelo C é para avançar”
Na saúde, defende a criação de uma USF modelo C em parceria com IPSS locais. “Já houve uma instituição disposta a avançar, mas a Câmara recusou investir menos de 100 mil euros anuais. É incompreensível.” Recordou ainda propostas suas rejeitadas pela maioria socialista, como “casas de função para médicos” e a “contratação direta de clínicos pela autarquia através de prestação de serviços”. Sobre o Hospital Vila Franca de Xira, responsabiliza o PS pelo fim da PPP: “Era considerada uma das melhores do país. O Partido Socialista agarrou num hospital que funcionava e acabou com esse modelo.”
Candidato quer implementar Polícia Municipal logo nos primeiros anos de mandato e afirma que sentimento de insegurança das pessoas é para levar a sério
Relativamente à segurança, compromete-se a criar uma Polícia Municipal. “Não faz sentido ser a PSP a fiscalizar estacionamento em todo o concelho. Precisamos de uma força dedicada, articulada com videovigilância, para garantir segurança e civismo.” Associa ainda esta medida ao combate à sobrelotação de habitações ligadas à imigração: “Todos têm direito a viver com dignidade, mas é preciso fiscalização. A Câmara deve ser parceira do Governo na regularização e agir quando não há condições.”
Prioridade máxima à limpeza e higiene urbana
Sobre eventos culturais, deixou um recado claro: “Enquanto o concelho não estiver limpo e organizado, não há Tony Carreira. As prioridades são recolha de lixo, trânsito regulado e espaço público cuidado. Só depois disso podemos falar em grandes festivais.” Anunciou mesmo que, se for eleito, um dos palcos do Colete Encarnado termina no dia seguinte.
Na mobilidade, defende corredores dedicados aos transportes, minibus ligando zonas interiores às estações ferroviárias e a concretização do Nó dos Caniços: “Se o Estado não avançar, a Câmara terá de colocar a verba no orçamento. Loures e Oeiras conseguiram. Vila Franca não pode ficar para trás.”
Coligação quer reaver Vila Franca de Centro
Por fim, quanto ao futuro do Vila Franca Centro, critica a decisão socialista de não exercer o direito de preferência aquando da venda de parte do espaço: “Foi possível adquirir 70% por menos de meio milhão de euros. Foi uma oportunidade perdida. A nossa proposta é alienar edifícios dispersos e centralizar serviços municipais no centro, criando também uma loja do cidadão e devolvendo dinamismo à cidade.”
David Pato Ferreira conclui defendendo “um concelho limpo, com habitação acessível, serviços de saúde reforçados e respostas claras”. Para o candidato da Nova Geração, a prioridade é “transformar Vila Franca de Xira num território com orgulho e futuro”.