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Hotgold no Carregado lidera indústria de filmes porno

A principal empresa do ramo da indústria de filmes para adultos tem as suas instalações no Carregado. A localização terá sido mera coincidência, pois nas palavras de João Costa, diretor da empresa, desde 2014, a escolha deveu-se ao facto de se constituir como uma alternativa mais económica em termos de logística em relação a Lisboa. Certo é que já se tornou tema de conversa entre a população a presença de uma empresa deste género na localidade.

A Hotgold dá emprego fixo a 15 pessoas no Carregado, entre elementos ligados à produção, secretariado, e direção. Os atores e atrizes são contratados através de prestação de serviços, não sendo por isso funcionários da empresa. João Costa atualmente dirige a Hotgold que possui três canais no cabo: canal hot (42 mil 800 subscritores nas quatro operadoras); hot man (o primeiro canal gay), e hot taboo (dedicado aos fetiches) apenas na Meo e Vodafone. (Estes dois últimos foram para o ar há escassos meses). O responsável esteve durante vários anos ligado a revistas masculinas, mas nos últimos anos decidiu enveredar por esta indústria, e não tem dúvidas de que ao fim de pouco tempo “gerir uma empresa de filmes pornográficos é como gerir uma fábrica de batatas fritas”. “Sou apenas um gestor que tem de estar atento aos lucros e aos custos como em qualquer negócio”, especifica.

Líder de mercado nesta área, conseguindo superar o facto de na internet este género de conteúdos estar a apenas a distância de um clique, acessível a todos, e de forma completamente gratuita, revela que o segredo do sucesso deve-se ao facto de “fazermos produções portuguesas a pensar nos portugueses”, e desmistifica qualquer ideia de que o português ainda seja “demasiado conservador”. “Isso está completamente ultrapassado, porque até em outras áreas quando se quer vender apela-se ao sexo”. A produção da Hotgold é feita no estúdio do Carregado, mas também “em algumas vivendas alugadas para o efeito”.

Neste negócio como em outros, a Hotgold tentou a dada altura replicar o que se fazia lá fora, “mas desde que entrei na empresa que tentámos reverter essa lógica porque, estamos a falar de produções de outro nível e com um tipo de custos muito alto”, até porque “não temos, ainda, atrizes que saibam representar como deve ser”. Daí que o caminho tivesse ido por “conteúdos mais realistas e mais caseiros”. Uma vez em cena, o diretor dá indicações aos atores para que “representem como se estivessem nas suas casas, nos seus quartos”. “Dou muita liberdade aos atores e atrizes, apenas faço essa salvaguarda, a partir daí, o sexo é muito mais real, mas isto não quer dizer que façamos filmes pornográfico gonzos (onde uma única pessoa faz o papel de diretor, camara man, e ator), pois apostamos na qualidade e no profissionalismo”. O canal hot prepara-se entretanto para lançar uma nova aposta, com uma das velhas caras deste tipo de indústria, Sá Leão, e que contará com entrevistas de rua e talk-show em estúdio. “Vai encarnar uma espécie de ministro do sexo. O programa nunca foi feito cá em Portugal”. Apesar de Portugal ter uma indústria ainda pouco desenvolvida nesta área, João Costa evidencia que foi a partir da Hot Gold que surgiu o nome de Érica Fontes, uma das maiores estrelas mundiais da indústria em causa. “Foi trabalhar para o estrangeiro, leva isto muito a sério e é extremamente profissional”, opina. A crise a dada altura também veio condicionar a indústria, até porque surgiram outras pequenas empresas que “começaram a fazer preços mais baixos e a jogar com as margens”.

No futuro, João Costa gostaria de diversificar o produto tanto quanto possível, “e tal como a SIC tem, por exemplo, o canal Radical e o Mulher, a ideia é fazer uma coisa parecida no universo da Hotgold”, e avança com a ideia de um canal mais soft dedicado à mulher, “até porque neste momento até a CMTV já tem filmes eróticos”. O mercado pode, ainda, crescer para os Palop, “embora em Angola a pornografia seja considerada crime, mas estamos a tentar entrar nesses países, que embora pequenos, podem ser significativos como Cabo Verde”. A faturação da empresa em 2015 foi de um milhão e 279 mil euros. (Nas últimas semanas surgiu a notícia de que a empresa fez um pedido de revitalização junto da banca, entretanto negado pelo tribunal e que se destinava a pagar aos credores no valor de 2.055 milhões de euros).

Quando se fala desta indústria pensa-se em atrizes extremamente bem pagas tendo em conta o grau de exposição a que se sujeitam, mas de acordo com o responsável um filme em média dá 1200 euros. O ator normalmente ganha metade. Contudo “muitas mulheres vão ficando pelo caminho nesta indústria, querem ganhar uns trocos, e vão à vida delas. Nesta como noutras áreas em Portugal, há quem não tenha brio profissional, e temos o caso da Érica que foi a única que se profissionalizou”. Quanto aos homens, “quase todos entram aqui com a mania, mas depois a maior parte deles não funciona em frente às câmaras. Uma coisa é ser um grande macho em casa, com as luzes do teto apagadas, outra coisa é vir para aqui e ter duas pessoas com câmara, o que já é intimidante”.

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