Edit Template
Botão Ouvir Rádio

Carregando...

Carregando...

Botão Ouvir Rádio

População de Azambuja coloca a Câmara entre a espada e a parede na luta pelo fecho do aterro

Várias dezenas de munícipes fizeram questão de marcar presença na reunião de Câmara de Azambuja, desta quarta-feira, destinada a votar uma proposta conjunta de indeferimento do pedido de alteração do calendário da empresa exploradora do aterro local, a Triaza gerida pelos líderes do setor dos resíduos, Mota-Engil e Urbaser (SUMA).

O ponto único foi aprovado por unanimidade. De forma simples, a proposta visa limitar a atividade da empresa no local, nomeadamente, quanto à abertura de novas células. Os munícipes quiseram saber de viva voz se a Câmara está mesmo disponível para embarcar no que se segue quanto ao que julgam ser a única solução viável: fechar o aterro de resíduos não perigosos. Os ânimos subiram de tom, algumas vezes, com vários azambujenses a apontarem o dedo a Luís de Sousa por ter estado no processo que permitiu a instalação de uma unidade daquele tipo no concelho. Pressionado pela população o autarca que, durante vários meses, se recusou a discutir as incidências do processo de licenciamento, assumiu pela primeira vez as suas “culpas no cartório”, e pediu desculpas pelo “erro”, “Estou há 20 anos na Câmara, seja como vereador ou presidente, e ter contribuído para a vinda do aterro é o meu maior erro, e do qual me arrependo mais”.

A autarquia decidiu que, a partir desta altura, vai munir-se de todos os meios jurídico ao seu alcance nesta guerra declarada à Triaza. O vereador do Ambiente, Silvino Lúcio, sublinhou mesmo que vai haver “chumbo grosso”, e o vereador do PSD, Rui Corça juntou – ” Eles vão usar da melhor artilharia possível e nós Câmara também vamos fazer o mesmo”, numa alusão à contenda jurídica em marcha. Para já é sabido que há pelo menos mais um processo em tribunal contra a Câmara por parte da empresa respeitante ao alvará. 

Vários munícipes foram dando dicas para o que a Câmara pode fazer desde dar mais apoio logístico às lutas da população, como encetar mais análises à qualidade do ar, e dos lixiviantes, ladear-se de técnicos ligados ao setor, entre outras. A autarquia aceitou de bom grado as sugestões e adiantou que no site da Câmara vai passar a constar toda  a informação respeitante ao andamento deste processo. Serão ainda efetuadas reuniões periódicas com a população para dar conta das iniciativas levada a cabo. Foi anunciado desde já o contacto com os vários grupos parlamentares na Assembleia da República bem como com a Comissão de Ambiente e Ordenamento do Território. Luís de Sousa deu ainda conta do encontro que já teve com a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, que garantiu que passarão a existir limites à importação de resíduos. Contudo a Triaza já tem previstos e assinalados vários movimentos até janeiro de 2021, e não há notícias que indiquem que o despacho 28/GSEAMB/2020 tenha efeitos retroativos.

​Já o municípe António Pires sugeriu que a Câmara convoque o proprietário do terreno, o empresário Pedro Ribeiro para que efetue a recuperação paisagística da Quinta da Queijeira, onde se localiza a unidade da Triaza, de forma a limitar a expansão do aterro para além dos 4,5 hectares.

População presente na reunião de Câmara
António Jorge Lopes recordou o que disse no passado sobre a vinda do aterro


Chuva de críticas para Luís de Sousa

Os ânimos começaram a aquecer quando o antigo vereador da oposição (PSD) na Câmara de Azambuja, António Jorge Lopes, fez questão de recordar que falou das consequências da vinda de um aterro para Azambuja entre 2009 e 2017 enquanto ocupou lugar no órgão executivo. “Nessa altura o senhor presidente e o senhor vereador Silvino gozavam comigo e desvalorizavam. Só faltava dizer que eu era maluco. Finalmente e ao fim destes anos todos, o dia de hoje só prova o que eu sempre disse”, enfatizou, continuando – “Se não tivesse posto a sua assinatura isto não tinha ido para a frente, e ainda por cima quando a autorização levou 24 horas. Agora estamos na fase do arrependimento mas não se venha queixar de multas, porque foi o PS que decidiu”.

Também o antigo candidato à junta de Azambuja pelo PSD Luís Otero  apontou baterias a Luís de Sousa e questionou – “O que  passou pela sua cabeça  para aceitar uma coisa daquelas? Houve promessas, contrapartidas, ou pressões?”. Luís de Sousa respondeu que se enganou, e que a realidade mostrada pela SUMA em Leiria, onde também explora um aterro não tinha nada a ver com a que hoje acontece em Azambuja. Na altura julgou também  que para a Quinta da Queijeira só viriam restos de obras – “Hoje como se está a ver só não aceitam lá cadáveres humanos, peço desculpa pela comparação. Porque de resto, eles têm autorização para lá meterem tudo o que é possível. Quando lá vão as entidades fiscalizar como a APA ou a CCDR dizem que está tudo muito bem e que nada há assinalar”. Nisto outra munícipe juntou – ” Se calhar era de processar essas entidades”. Também a munícipe e antiga candidata à Câmara, pelo CDS-PP, Madalena Viana desabafou – “Se o senhor tiver de abdicar de 10 por cento do seu ordenado (numa alusão a um documento enviado pelo Tribunal, segundo o qual se não respondesse ser-lhe-ia descontada uma verba do vencimento), não é assim tanto para quem já cá anda há 30 anos”. Luís de Sousa referiu que não estava para politiquices, e voltou a reafirmar o seu mea culpa no dossier, prometendo outra atitude daqui para a frente. “Não vou meter a cabeça na areia. Não me vou candidatar e durmo descansado quanto a possíveis multas que venham entretanto”, salientou. 

Já os vereadores da oposição PSD, Rui Corça, e CDU, David Mendes, felicitaram o povo de Azambuja, e sublinharam o seu apoio à Câmara na contenda com a Triaza, não sem antes terem trocado algumas acusações de oportunismo político, e alguns avisos à Câmara de que a solidariedade só vai durar desde que a autarquia se mantenha na senda de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para prosseguir com o objetivo do encerramento do aterro.

Explorar

guest
0 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments

O Valor Local

logo_cabecalho

Jornal e Rádio Regionais dos concelhos de AzambujaAlenquerCartaxoVila Franca de XiraSalvaterra de MagosBenaventeCadavalArruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraçol

Telefone: +351 961 971 323
(Chamada para a rede móvel)

Telefone: +351 263 048 895
(Chamada para a rede fixa nacional)

Email: valorlocal@valorlocal.pt

Últimas Edições Impressas

  • All Posts
  • Água e Ambiente
  • Art
  • Artigo
  • Autárquicas
  • Blog
  • Cultura
  • Destaque
  • Destaques
  • Dossier Águas
  • DOSSIER ATERRO DA QUEIJEIRA
  • DOSSIER PARQUES SOLARES DA REGIÃO
  • Economia
  • Edição Impressa
  • Fashion
  • Gadgets
  • Health
  • home
  • Lifestyle
  • Memórias
  • Nacional
  • Observatório Valor Local
  • Opinião
  • OUTRAS NOTÍCIAS
  • Política
  • Reportagem
  • Sociedade
  • Tauromaquia
  • Travel
  • Valor Científico
  • Vídeo

© 2013-2024, Valor Local

Desenvolvido por:   CordTech.pt – Marketing & Design