A Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) celebra este sábado, 11 de outubro, 151 anos de existência. Um número que, segundo o presidente da direção, Paulo Lopes, traduz não apenas longevidade, mas também a capacidade de adaptação de uma instituição que soube evoluir sem perder o vínculo às suas origens.
“Chegamos aos 151 anos com força, energia e vida para continuar mais para a frente”, afirma o dirigente, sublinhando que este novo aniversário “é a prova de que a SFRA continua viva, ativa e próxima da comunidade”. Fundada em 1873, a coletividade é uma das mais antigas do concelho de Vila Franca de Xira e faz parte da identidade de Alverca, acompanhando gerações de famílias ligadas à música, ao desporto e à cultura popular.
Ao longo das últimas décadas, a SFRA tem vindo a reforçar a sua presença em várias frentes, diversificando áreas e apostando em novas dinâmicas. “Hoje a SFRA é muito mais do que uma banda filarmónica. Temos futsal, teatro, espetáculos para crianças e adultos, e estamos presentes nas escolas com atividades de enriquecimento curricular”, descreve Paulo Lopes.
O dirigente explica que essa diversificação tem sido essencial para garantir o futuro da instituição. “É um pequeno ecossistema. Temos atividades que se complementam e que permitem envolver públicos muito diferentes. A música continua a ser o nosso coração, mas procuramos oferecer muito mais”, destaca.
Na vertente desportiva, a aposta no futsal tem sido um dos pilares do sucesso recente. A SFRA conta com várias equipas federadas que têm conquistado bons resultados, levando o nome da coletividade a outros concelhos e regiões. “Temos uma parceria muito profícua, e os nossos atletas são um motivo de orgulho. Representam Alverca com espírito de equipa e dedicação”, refere o presidente.
Também no campo cultural o dinamismo é evidente. A agenda de espetáculos tem incluído nomes consagrados do teatro e da comédia portuguesa, como Marina Mota, Fernando Mendes e João Baião, a par de artistas emergentes de stand-up comedy. “Temos procurado abrir as portas a diferentes expressões artísticas e trazer a Alverca nomes que o público reconhece. A cultura tem de estar próxima das pessoas”, frisa Paulo Lopes.
Paralelamente, a SFRA prepara-se para avançar com um projeto de teatro de produção própria, que ainda está numa fase inicial, mas que promete trazer novas oportunidades à casa. “Queremos apostar em produções criadas por nós, com gente da terra, envolvendo jovens e adultos. É um desafio, mas acreditamos que vai dar frutos”, antecipa o dirigente.
Outro dos sinais de vitalidade é a reabertura do bar da coletividade, espaço há muito reclamado pelos sócios. “Era uma reivindicação antiga e faz parte da vivência da SFRA. É um ponto de encontro, de convívio e partilha”, observa Paulo Lopes, acrescentando que o objetivo é reforçar a ligação entre a instituição e a população local.
As comemorações do 151.º aniversário arrancam às 16h00 com a tradicional emblemagem dos sócios que completam 25 anos de ligação à casa, “num gesto simples, mas cheio de significado, porque reconhece a entrega e o amor à SFRA”.
Segue-se, às 17h00, um concerto especial que juntará a banda da SFRA à Sociedade Democrática Timbre Seixalense, formação convidada que partilha laços históricos com Alverca. “Descobrimos que já no início do século XX as duas bandas atuaram juntas nas festas da cidade. É uma curiosidade que dá ainda mais sentido a este reencontro”, revela o presidente.
O final de tarde será marcado pelo tradicional bolo de aniversário e por um convívio aberto a sócios, amigos e entidades convidadas, num momento de celebração e reconhecimento. “É mais do que uma data simbólica. É o testemunho de um trabalho contínuo, feito de dedicação e amor à causa associativa. A SFRA é de todos os que nela acreditam e ajudam a mantê-la viva”, conclui Paulo Lopes