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“Em muitos sítios, o Valor Local é a única leitura das populações”

Em entrevista ao programa Ler é o Melhor Remédio, com Mónica Guerra e Nuno Vicente, na Rádio Valor Local, Miguel António Rodrigues, diretor do jornal e da rádio, traçou o percurso de um projeto que nasceu “em plena Troika, com uma mão à frente e duas atrás”, mas que continua a afirmar-se como a única fonte de leitura e informação em várias freguesias da região. Muito provavelmente será o único jornal impresso regional que é lido em muitas das nossas aldeias e lugares, o que diz bem do bem cultural que é o nosso jornal.

“Em muitos sítios, o Valor Local é a única leitura das populações. Estamos a falar de aldeias e freguesias recônditas, onde os jornais pagos não chegam, onde não há outro meio de comunicação social e onde, muitas vezes, as pessoas só têm o nosso jornal como acesso à informação local”, sublinhou Miguel António Rodrigues. Para o responsável, este é o maior orgulho do projeto: “Nós damos cultura às pessoas, chegamos a quem, de outra forma, não teria acesso a nada. E isso faz toda a diferença.”

O Valor Local surgiu em 2013, em plena crise económica, “quando o setor da imprensa regional atravessava dificuldades e muitos títulos fecharam ou passaram apenas para o digital”. Miguel recorda que o objetivo sempre foi o de criar “um produto diferente, com conteúdos totalmente próprios, grandes reportagens e investigação”. “Foi um bocado aquela de olhares à volta e pensares: ‘epá, que deprimente!’. Então decidimos dar uma pedrada no charco. Foi assim que nasceu o Valor Local, com a Sílvia como motor desde o início, porque isto não nos enriquece, mas dá uma enorme recompensa”, apontou.

Ao longo dos últimos anos, o jornal tem apostado cada vez mais na área do ambiente, dando destaque a temas como a poluição, os problemas com resíduos, a defesa dos rios e da biodiversidade. “Somos provavelmente um dos poucos jornais regionais que dedica tanto espaço a investigações e reportagens ambientais. Queremos que as populações percebam como estas questões impactam diretamente a sua qualidade de vida”, referiu Miguel António Rodrigues. “Não é só política local e festas, destas acabamos por dar menos ênfase, admito, mas porque preferimos abraçar as grande questões em cada concelho. É preciso falar de descargas ilegais, de aterros, de ETARs que não funcionam, de projetos que ameaçam o território. E isso fazemos sem receios.”

O diretor faz questão de explicar a opção pela distribuição gratuita: “É um modelo de negócio como qualquer outro. Não estamos a dar o nosso trabalho, estamos a oferecê-lo de forma consciente para não onerar as populações, sobretudo em freguesias onde, se fosse preciso pagar, ninguém teria acesso. Numa altura em que a venda de jornais está em queda e o poder de compra é cada vez mais reduzido, não fazia sentido, em plena crise, vender o jornal.” Para Miguel António Rodrigues, o importante é garantir “que a informação chega a quem mais precisa, mesmo que não possa pagar por ela”.

Com distribuição gratuita, o jornal chega atualmente a nove concelhos e imprime cerca de 12 mil exemplares todos os meses. “Ninguém enriqueceu aqui, muito pelo contrário. Mas sobrevivemos. E fazemos tudo com a consciência de que o jornal impresso ainda é necessário. O online existe, mas as pessoas esperam pelo jornal físico, colecionam-no, levam-no debaixo do braço, porque o sentem como seu”, destacou.

O diretor sublinha também os desafios de um modelo de “jornalismo de proximidade”. “Quando dizes algo que a pessoa não gosta, no dia seguinte tens alguém à porta. Já aconteceu. Mas isso faz parte do nosso trabalho. Fazemos questão de ir aos sítios, investigar a fundo, dar voz às populações, mesmo que isso não seja confortável para alguns”, referiu.

Apesar de contar com autarquias e empresas que reconhecem o valor da comunicação social local, Miguel lamenta que “algumas autarquias ainda não percebam o papel fundamental que desempenhamos”. “Temos parceiros que nos apoiam todos os meses, mas também há quem prefira apostar noutras plataformas ou até ignorar este trabalho. Felizmente, os parceiros que acreditam em nós permitem que cheguemos cada vez mais longe”, disse. Para o diretor, o apoio dos parceiros comerciais e institucionais é vital para garantir a sustentabilidade de um projeto que leva notícias, cultura e proximidade onde mais ninguém chega.

Em 2020, em plena pandemia, nasceu a Rádio Valor Local, “a única rádio online dedicada exclusivamente à informação regional em Portugal”. É um projeto profissional, com redação, reportagens e programas temáticos que dão voz à comunidade. “A rádio é uma sala de visitas. É feita para quem quer informação de qualidade, não é só uma rádio de companhia”, destaca Miguel António Rodrigues. A grelha conta com programas como Café Central, espaço de opinião e debate sobre atualidade; O Melhor da Música Nacional, que promove artistas portugueses; Gabinete de Crise, com entrevistas a autarcas e personalidades; ou Especial Informação, que aprofunda temas como ambiente, política local e cultura. “Isto não é só pôr música a passar. Temos um público fiel que quer saber o que se passa na sua região”, frisa o diretor.

A rádio tem uma faixa etária própria, dos 45 aos 65 anos, “pessoas com formação, interessadas, que gostam de participar com comentários e sugestões, mas não procuram apenas passatempos”. A complementaridade com o jornal permite sinergias: “O jornal dá profundidade, a rádio dá voz. E assim chegamos a quem mais precisa de informação filtrada e credível”, conclui.

Enquanto houver alguém que espere pelo jornal no café mais próximo da sua casa, na coletividade ou na junta de freguesia, ou que ligue a Rádio Valor Local para ouvir a sua terra, “vale a pena continuar. É uma missão, não apenas um negócio”

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