As luzes de Natal ainda não foram montadas nas principais artérias da Vila Presépio. O Natal é o cartão de visita do concelho, pelas várias atividades que decorrem durante esta época do ano, mas na inauguração, no dia 30 de novembro, as luzes estavam apagadas o que resultou num coro de críticas da população. A Câmara emitiu um comunicado, referindo que a situação era alheia à sua vontade. Em reunião do executivo desta segunda-feira, Pedro Folgado, presidente da autarquia, atribuiu à empresa contratada para o efeito os motivos do atraso. O autarca prometeu ainda que enquanto presidente não voltará a contratar o operador em causa, a Essencial Fantasy LDA, de Vale de Cambra. Contudo e em declarações ao Valor Local, Nuno Miguel Henriques, vereador do PSD, confidencia que quem meteu “os pés pelas mãos” foi o município, que tarde lançou o concurso. A empresa vencedora em causa não apresentou a documentação com vista à assinatura do contrato e a Câmara já não teve tempo de recorrer a uma espécie de “plano B”.
Nuno Miguel Henriques sentencia – “Ninguém lança um concurso no Diário da República para a adjudicação das luzes de Natal a 4 de novembro. Os interessados podiam concorrer até dia 10 de novembro. Depois houve um despacho do presidente de 27 de novembro como a data limite para entrega de papéis por parte do vencedor. Como é que se podia avançar para a montagem das luzes sem contrato assinado e num intervalo de tempo tão escasso?”, interroga-se. A inauguração do evento de natal do município, o “Vila Mágica” aconteceu no passado dia 30. Para o autarca “isto não cabe na cabeça de ninguém e é gravíssimo”. Para o vereador da oposição, tudo seria mais simples se a Câmara tivesse agilizado os procedimentos mais cedo, de modo a contratar a segunda empresa mais bem pontuada do concurso, dado que a primeira acabou por sair de cena. “A Câmara agora não pode é dizer que é alheia a estes factos”.
Confrontado com as acusações, Pedro Folgado começa por recusar a ideia de que o executivo apenas se lembrou do concurso para a montagem das luzes de natal um mês antes do início do evento. Diz ainda que na mesma altura foi lançado o concurso para a iluminação de Natal nas freguesias, adjudicado neste caso, a uma empresa diferente, a Reflexos Festivos, de Coruche, onde não houve incidentes. O autarca conta que a empresa de Vale de Cambra pediu uma prorrogação para entrega de documentos, sendo que a Câmara num ato de boa fé, e acreditando que a mesma cumpriria com o acordado, acedeu a essa pretensão. “Nada indicava que acabariam por desistir, até porque no ano passado, esta mesma entidade tinha concorrido e cumpriu com tudo. Pode-se inventar aqui muito subterfúgio, mas o que de facto aconteceu é que essa empresa concorreu, o concurso foi adjudicado mas não cumpriu”. O município vai agora fazer uma participação da Essencial Fantasy LDA à entidade que regula estas empresas, “que necessariamente terá de aplicar uma contraordenação”. “Ninguém lamenta mais do que eu esta questão. Fiquei frustrado”.
Câmara vai avançar com uma queixa contra a empresa
Ainda sobre o que se pode designar de calendário apertado no que respeita aos procedimentos, o Valor Local questionou como seria possível a empresa entregar a documentação, assinar o contrato e colocar a iluminação em apenas três dias- “Como ganharam o contrato, os trabalhos poderiam ser executados, independentemente da outorga do mesmo”, sustenta.
Pedro Folgado garante ainda à nossa reportagem que Alenquer não vai ficar às escuras neste Natal, até porque há outros pontos da vila iluminados, mas a iluminação natalícia em causa será colocada entre esta semana e a próxima através de ajuste direto.