A Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território analisou os processos dos aterros de Valongo e Azambuja. O ministro com a tutela do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, esteve na Assembleia da República, no dia 20 de maio, e desvalorizou o estado de coisas no aterro de Azambuja atribuindo os maus cheiros a uma fase em que a Valorsul sofreu uma paragem para efeitos de manutenção.
O ministro disse ainda que a Triaza que gere o aterro está a proceder a uma deposição correta do amianto através de uma zona sinalizada com recurso a coordenadas geográficas. Segundo o que apurámos essa localização a existir não é visível a olho nu. Como já tinha sido referido em outras intervenções anteriores, o ministro sustentou que Portugal apenas recebe 1,6 por cento de resíduos estrangeiros, e que prossegue o Plano de Ação de Aterros tendo sido já fiscalizadas 53 por cento das instalações existentes em Portugal, garantindo que “nunca fomos nem nunca seremos o caixote do lixo da Europa”.
O governante não respondeu a questões efetuadas por alguns deputados relacionadas com a existência de uma captação de água e a sua provável contaminação na zona limítrofe do aterro de Azambuja. (O Valor Local junto da Águas do Tejo Atlântico já deu conta, em edições anteriores, que até à data não foram detetados valores desconformes nas análises à água subterrânea), nem com a receção de resíduos provenientes da atividade da transportadora aérea nacional, TAP. Matos Fernandes lançou o repto – “Ainda não surgiram soluções que acabem com os aterros, se houver uma receita milagrosa venham de lá essas ideias”.