A Infraestruturas de Portugal vai avançar com a quadruplicação da linha em Vila Franca de Xira. A decisão consta de um relatório revelado pela Câmara Municipal e Vila Franca de Xira em reunião do executivo esta quarta-feira.
Esta não é a decisão que os autarcas esperavam, pois não vai ao encontro das populações nem do território, ainda assim, PS, PSD e Chega estão unidos no sentido que agora que a decisão está tomada, há que trabalhar com ela.
Autarcas querem agora acompanhar o processo de perto
Em reunião de Câmara, o vereador do PSD, David Pato Ferreira lamentou, ainda assim que a decisão do Governo, que é da sua cor política, tenha sido esta, quando antes foi um dos principais defensores do enterramento da linha. O autarca sublinhou que, “agora, que a decisão está tomada, e para que não se perca mais tempo, pois a quadruplicação é uma ‘inevitabilidade’ os autarcas devem ser ouvidos e dar a sua contribuição”. David Pato Ferreira defende a realização de uma reunião de Câmara e de uma Assembleia Municipal extraordinárias, para que os autarcas, presidentes de junta, vereadores e deputados municipais, possam dar a sua contribuição.
O vereador destaca que com esta decisão, os eleitos devem decidir que tipo de “contrapartidas é que as Infraestruturas de Portugal e o Governo “se predispõem a dar ao município, para que o estrago que vão fazer seja menor do que aquele que aqui está inicialmente definido”.
Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca, sublinhou, igualmente, que preferia que a decisão fosse outra, ou seja, o enterramento da linha. Ainda assim diz, agora, que sendo esta a decisão, os autarcas e nomeadamente a Câmara deve, poder fazer parte do processo para que não se corra o risco de a IP dar início à obra sem que o município possa ter algum tipo de acompanhamento.
O autarca salvaguardou – “Se este projeto vai avançar desta maneira, eu quero, nós queremos ter uma palavra a dizer porque achamos que a decisão que vier a ser tomada deve acautelar o que são as necessidades concretas das nossas populações”. “Temos de garantir aqui que estes dois territórios não ficam isolados do que é o transporte ferroviário metropolitano, antes pelo contrário”.
Por parte da CDU, o vereador João Oliveira, salientou que esta decisão não serve as populações, sublinhando que a autarquia não deve baixar os braços contra a decisão do Governo. Nesse sentido vincou: “Estamos e estaremos sempre disponíveis para procurar soluções alternativas que não passem pela quadruplicação da via à superfície, tendo como objetivo primeiro, o possível enterramento da linha, conforme havíamos já decidido anteriormente”. O autarca recordou ainda os movimentos cívicos criados pelo enterramento da linha e as decisões tomadas anteriormente, vincando que esta decisão pode significar “a fragmentação do território com a consequente perda da ligação do rio à cidade e com evidente prejuízo para o bem-estar das populações”.
O vereador defendeu ainda a construção de um canal para alta velocidade, um canal autónomo, preferencialmente na margem esquerda do Tejo, tendo em conta a decisão já tomada sobre a construção do Novo Aeroporto de Lisboa, com ligação a Lisboa pela futura terceira travessia do Tejo. “Solução esta que ao que sabemos vem colhendo cada vez mais apoio por parte da Comissão Técnica de Acompanhamento”.
Por parte do Chega, o vereador Rui Santos afirmou não estar de acordo. Disse mesmo que não vê como será alargada a linha do Norte em Alhandra, num local onde existem apartamentos. “Parece-me que a decisão está tomada, podemos andar aqui a fazer barulho, a dizer que não concordamos, mas as pessoas vão ficar, se calhar parte delas com a vida destruída ou terão de mudar a sua residência do local, especialmente numa determinada zona de Alhandra” e concluiu – “Não sei como é que vão fazer um alargamento da via ali sem pôr em causa os prédios, sem pôr em causa a qualidade de vida das pessoas, sinceramente não percebo”.
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