A praia da Casa Branca poderá vir a ter uma zona de banhos. A ideia que já não é nova, e que por vezes adquire mesmo um tom de anedota, dadas as promessas de muitos e muitos anos, foi avançada por Silvino Lúcio, presidente da Câmara de Azambuja, em entrevista à Rádio Valor Local. Mais uma vez a Câmara não se compromete totalmente com essa hipótese, até porque as exigências da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) são muitas e quase inexequíveis. Ainda assim, o autarca destaca a beleza da zona e a envolvência daquela baía que, ao longo dos anos, foi sofrendo alguma erosão.
O espaço já esteve mais cuidado, já teve uma concessão, água potável, energia elétrica e até um parque infantil e restaurante, mas a concessão do espaço não correu como o município previa, e aos poucos o local foi abandonado e as infraestruturas acabaram por se degradar. Aliás, os cabos de energia que faziam a ligação ao longo da estrada ao espaço acabaram mesmo por ser roubados, tendo em conta que não possui vigilância por ser longe da vila.
Para Silvino Lúcio o espaço “era muito bonito e bastante importante socialmente”. “Era gratificante haver ali um ponto de encontro das pessoas, como de resto já foi”, refere o autarca que lamenta a destruição do espaço.
O presidente da Câmara recorda que o Rio Tejo teve mudanças com o arrasto das areias “e criou uma enseada”. “Agora é um monte de areia que está ali à frente e não podemos tocar em nada porque a APA não nos deixa mexer. Portanto, não é fácil, reconstruir aquele espaço”.
O autarca sublinha que não está fora de questão uma candidatura para a requalificação da zona, mas nunca poderá ser uma praia fluvial na sua plenitude com direito a bandeira azul, porque não se enquadra no conceito. No entanto reforça que o local pode comportar uma “zona de banhos”, que é algo mais aceitável pela APA.
Ainda assim, e sem se comprometer, a “Praia dos Tesos” ou a “Praia da Casa Branca” poderá ser eventualmente servir para banhos. Ao nosso jornal o autarca reforça – “Não me comprometo, mas reconheço que seria um espaço agradável e, por vezes, há pequenos erros que se cometem”.
O presidente recorda que, na altura, em que o espaço esteve operacional “tentámos que o senhor (o concessionário) pagasse a renda”, contudo a aposta deve ir em sentido contrário – “A Câmara é que tem de pagar a alguém para estar lá, de modo a que zele pelo espaço”.
No passado, esta era uma zona muito procurada pelas famílias. O local ainda assim não era uma praia, mas era aprazível, e muita da população não deixava escapar a oportunidade de um piquenique ou de um mergulho. No ano de 1973, o espaço foi palco da apresentação da Miss Portugal. Foram inúmeros os convidados que passaram de barco para o mouchão em frente à praia, propriedade à época de Francisco Ribeiro no Lezirão.