A assinalar 150 anos de existência, a Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, está agora numa nova fase. Em entrevista ao Valor Local, Paulo Lopes, presidente da direção, há menos de um ano, fala de um projeto sustentável e com alguns “sonhos” importantes, não só para uma das coletividades do concelho de Vila Franca, como para a comunidade em geral. Paulo Lopes tem feito parte da vida desta instituição. Para trás fica a sua presença na direção anterior, o que de certa forma, lhe deu uma visão sobre o rumo a seguir.
O presidente da direção refere que o período da pandemia foi critico para o setor, mas sublinha que tiveram lugar investimentos da direção anterior que, muito dificilmente, serão amortizados com a rapidez desejada. Para além do painel eletrónico, que ostenta a atividade da SFRA, virado para a entrada da A1, deu-se também a aquisição de uma viatura e a dinamização da Casa do Músico.
“Casa do Músico” é dos projetos mais importantes da associação
Paulo Lopes recorda que a “Casa do Músico” foi um projeto do Orçamento Participativo, e que agora “começa, efetivamente, a ter uma ocupação e uma atividade que pode trazer retorno à nossa associação”- “Está lentamente a descolar”. Sendo a “cara” da SFRA, a sua banda de música, Paulo Lopes, vinca que a aposta nesta seção tem sido muito importante. A procura de novos músicos para dar continuidade ao projeto, tem sido um fator decisivo. “Alguns músicos que também tinham saído, estamos, agora, a conseguir que voltem”.
Mas nem tudo são facilidades, a SFRA, como qualquer outra coletividade do género, não tem recursos humanos suficientes para as saídas ao terreno e a juntar a isso, o preço e a manutenção dos instrumentos também geram dificuldades.
Há, no entanto, um trabalho em torno da comunidade local. O objetivo é dar a conhecer a atividade da SFRA. “Temos feito pequenos concertos no comércio local, estamos em contato com escolas para apresentar a nossa banda a um público mais jovem. E, paulatinamente, as coisas têm funcionado”.
Paulo Lopes sublinha que neste momento a banda da SFRA tem cerca de 35 elementos fixos, mas pode variar. “Não sendo o número ideal, porque queríamos ter os naipes, ou seja, os vários grupos mais completos. Mas vamos gerindo e tentando cada coisa a seu tempo”.
Obras no edifício é um dos próximos passos
No entanto, na escola de música o cenário é um pouco diferente. Paulo Lopes diz que o trabalho de promoção junto das escolas tem dado frutos e por isso assiste-se a algum crescimento. “Temos cerca de 50 alunos, entre os vários instrumentos”, embora grande parte da procura inclua instrumentos que não fazem parte da categoria da banda, como a guitarra e o piano.
Há, no entanto, desafios importantes na SFRA. Um deles é a manutenção do edifício. Concluído em 2003, já necessita de alguns melhoramentos. Paulo Lopes sustenta que tem em projeto a remodelação do auditório, no entanto os valores são incomportáveis para a SFRA. “O orçamento que nos deram foi na casa dos 200 mil euros para termos o auditório nas condições ideais, o que é completamente incomportável”. A coletividade procura agora apoios na sociedade civil, através do mecenato ou da própria Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.