A comissão de vistoria do aterro que amiúde se deslocava à unidade da Triaza, em Azambuja, para dar conta daquilo que era depositado desde que entrou em funcionamento em 2017, já não consegue cumprir ali o seu trabalho. Tem sido negada, pela empresa, a entrada desta comissão – composta por vários técnicos da Câmara das áreas da engenharia do ambiente, arquitetura e equipa de fiscalização camarária – e o direito de exercer a atividade para a qual foi constituída. Recorde-se que a empresa nunca obstaculizou a criação desta comissão, nem a sua tarefa, até ter entrado em rutura com o município.
Em declarações ao Valor Local, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, conta que em outras alturas “bastava um telefonema e estava tudo bem, podiam lá ir quando queriam”, contudo “neste momento e depois de termos feito uma guia por escrito impediram o acesso”. Esta informação foi transmitida também esta manhã a uma comitiva de deputados do PSD que estiveram de visita ao concelho, onde tomaram pulso à problemática do aterro, entre outras.
O presidente da Câmara refere que a explicação da Triaza para este novo estado de coisas deriva da deterioração da relação do município com a participada da SUMA/Mota-Engil. “Disseram que andamos a difamar o bom nome da empresa e como tal não nos deixam lá entrar”. Luís de Sousa refere que já encaminhou juridicamente este facto para o gabinete de advogados liderado pelo mediático advogado Rogério Alves contratado pelo município para gerir a crise do aterro e os possíveis processos em tribunal que a empresa possa vir a colocar contra a Câmara. “Desde que não obtiveram autorização para alterar o calendário de abertura da segunda célula, que a relação tem vindo a descambar”, enfatiza.
O autarca diz que continua a aguardar pela decisão do tribunal face à decisão da Câmara em não dar luz verde à alteração de calendário pedida pela empresa, bem como pela conclusão da investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária ao processo de licenciamento do aterro.